quinta-feira, 21 de agosto de 2014

QUEM ESCREVEU A BÍBLIA? Parte I


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QUEM ESCREVEU A BÍBLIA?
 (Parte I)
 
Texto proferido na Sessão Mediúnica de 22/08/2014.
 
Mas quem escreveu, afinal, o livro mais importante que a humanidade já viu? Quem eram e o que pensavam essas pessoas? Como criaram o enredo, e quem ditou a voz e o estilo de Deus? O que está na Bíblia deve ser levado ao pé da letra, o que até hoje provoca conflitos armados? A resposta tradicional você já conhece: segundo a tradição judaico-cristã, o autor da Bíblia é o próprio Todo-Poderoso (DEUS). E ponto final. Mas a verdade é muito mais complexa que isso.
A palavra do Senhor é sagrada, mas foi escrita por reles mortais. Como não sobraram vestígios nem evidências concretas da maioria deles, a chave para encontrá-los está na própria Bíblia. Mas ela não é um simples livro: imagine as Escrituras como uma biblioteca inteira, que guarda textos montados pelo tempo, pela história e pela fé. Aliás, o termo “Bíblia”, que usamos no singular, vem do plural grego ta biblia ta hagia – “os livros sagrados”. A tradição religiosa sempre sustentou que cada livro bíblico foi escrito por um autor claramente identificável. Os 5 primeiros livros do Antigo Testamento (que no judaísmo se chamam Torá e no catolicismo Pentateuco) teriam sido escritos pelo profeta Moisés por volta de 1200 a.C. Os Salmos seriam obra do rei Davi, o autor de Juízes seria o profeta Samuel, e assim por diante. Hoje, a maioria dos estudiosos acredita que os livros sagrados foram um trabalho coletivo. E há uma boa explicação para isso.
As raízes da árvore bíblica também remontam aos sumérios, antigos habitantes do atual Iraque, que no 3o milênio a.C. escreveram a Epopéia de Gilgamesh. Essa história, protagonizada pelo semideus Gilgamesh, menciona uma enchente que devasta o mundo (e da qual algumas pessoas se salvam construindo um barco). Notou semelhanças com a Bíblia e seus textos sobre o dilúvio, a arca de Noé, o fato de Cristo ser humano e divino ao mesmo tempo? Não é mera coincidência. “A Bíblia era uma obra aberta, com influências de muitas culturas”, afirma o especialista em história antiga Anderson Zalewsky Vargas, da UFRGS.
  Foi entre os séculos 10 e 9 a.C. que os escritores hebreus começaram a colocar essa sopa multicultural no papel. Isso aconteceu após o reinado de Davi, que teria unificado as tribos hebraicas num pequeno e frágil reino por volta do ano 1000 a.C. A primeira versão das Escrituras foi redigida nessa época e corresponde à maior parte do que hoje são o Gênesis e o Êxodo. Nesses livros, o tema principal é a relação passional (e às vezes conflituosa) entre Deus e os homens.
  Em alguns trechos o DEUS é chamado pelo nome próprio, Yahweh – traduzido em português como Javé ou Jeová. É um tratamento informal, como se o autor fosse íntimo de Deus. Em outros pontos, o Todo-Poderoso é chamado de Elohim, um título respeitoso e distante (que pode ser traduzido simplesmente como “Deus”). Como se explica isso? Para os fundamentalistas, não tem conversa: Moisés escreveu tudo sozinho e usou os dois nomes simplesmente, mas os historiadores e a maioria dos religiosos aceitam outra teoria: esses textos tiveram pelo menos outros dois editores. Até porque o nome de Yahweh, Moises recebeu do próprio sogro que adorava o DEUS que se manifestava em uma montanha na região onde ele habitava com sua família. Ao contrário do Deus-Javé, que fez o mundo num único dia, o Deus-Elohim levou 6 (e descansou no 7o).   Tempos mais tarde, os dois relatos foram misturados por editores anônimos – e a narrativa do Eloísta, mais comportada, foi parar no início das Escrituras. Começando por aquela frase incrivelmente simples e poderosa, notória até entre quem nunca leu a Bíblia: “E, no início, Deus criou o céu e a terra...”
“O monoteísmo pode ter surgido pelo contato com os persas – a religião deles, o masdeísmo, pregava a existência de um deus bondoso, Ahura Mazda, em constante combate contra um deus maligno, Arimã. Essa noção se reflete até na idéia cristã de um combate entre Deus e o Diabo”, afirma Zalewsky, da UFRGS.

SÉRGIO PEREIRA/KAJAIDE
ORIENTADOR ESPIRITUAL
ANO DE SÀNGÓ/OBÁ/LODÊ
"SOU LUZ!"


 




Crítica do Franco Paladino ao Pacto Áureo e Unificação do Espiritismo

Crítica do Franco Paladino ao

Pacto Áureo

Kardec Online

O “PACTO ÁUREO” E A UNIFICAÇÃO DO ESPIRITISMO.

                 No dia 5 de outubro de 1949, portanto há cinquenta e oito anos, houve, na sede da Federação Espírita (Roustainguista) Brasileira, no Rio de Janeiro, “uma reunião entre os seus diretores e vários representantes de Federações e Uniões de âmbito estadual”.
                Conforme foi registrado na ata dessa reunião, que foi presidida pelo Sr. Antonio Wantuil de Freitas, Presidente da FEB, foi aprovado um documento com dezoito ítens, sendo que, no primeiro consta o seguinte: “Cabe aos espíritas do Brasil porem em prática a exposição contida no livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, de maneira a acelerar a marcha evolutiva do Espiritismo”. No segundo ítem, ficou decidido que a FEB criará um Conselho Federativo Nacional permanente, com a finalidade de executar, desenvolver e ampliar os planos da sua atual Organização Federativa”, cabendo a cada Sociedade de âmbito estadual indicar um membro de sua diretoria para fazer parte desse Conselho (ítem 3)
                Os interessados em conhecer, na íntegra, todo o teor da ata dessa reunião, bem como saber, quais foram os seus integrantes, podem recorrer ao “Reformador”, edição de fevereiro de 1997.

NOSSO COMENTÁRIO
                Na verdade, o que foi aprovado foi um “acordo”, cujo responsável principal foi o Sr. Arthur Lins de Vasconcelos Lopes, que lhe deu a denominação de “Pacto Áureo”.
                O que houve, na verdade, foi um conchavo, e não uma assembléia geral, adrede convocada para deliberar sobre o assunto em pauta. Por isso mesmo, muitos confrades ilustres, não só fizeram sérias críticas a esse documento como o repudiaram abertamente.
            E foi, justamente, o primeiro item o causador da desaprovação. Isto porque nesse livro de Humberto de Campos (Espírito), psicografado por Chico Xavier, prefaciado por Emmanuel (Padre jesuíta Manoel da Nóbrega), publicado pela FEB roustainguista, está escrito que Roustaing foi “coadjutor” de Allan Kardec, encarregado de “organizar o trabalho da fé” (pág. 176 da 11ª edição), o que constitui uma grande e deslavada mentira. 
Conforme declarou o confrade Abstal Loureiro (já desencarnado), “a partir daquele ano de 1949, (em que foi aprovado o chamado Pacto Áureo), paradoxalmente, dividiu-se mais ainda o movimento espírita em nosso país, principalmente no Rio de Janeiro, pois os que discordaram, ou não se submeteram à imposição de tal pacto, passaram a ser considerados inimigos da casa (isto é, da FEB roustainguista) a que recusaram vassalagem”.
(Ver “Jornal Espírita” de São Paulo/SP, edição de março de 1985, pág. 3).
Todavia, os atuais membros do Conselho Federativo Nacional, que se reúnem, anualmente, com o Presidente da FEB, coniventes com o erro apontado por grandes vultos do Espiritismo, como Herculano Pires, Henrique Andrade, Júlio Abreu Filho, Ricardo Machado, e muitos outros, continuam submissos ao poder central, do qual são simples vassalos.
                Faço questão de dizer que meu querido e saudoso pai, Severino de Freitas Prestes Filho, ao tomar conhecimento, pela imprensa espírita, desse documento, foi também um dos que discordaram e protestaram veementemente. E isto ele deixou bem claro em nossas reuniões familiares, nas quais lia para nós os artigos desses valentes confrades defensores do verdadeiro Espiritismo.
Francisco Cândido Xavier, o Chico, que os modernos fariseus e novos doutores da lei afirmam  ter sido a reencarnação de Allan Kardec, manteve-se calado como um humilde vassalo da FEB roustainguista.
 O Franco Paladino

ASSIM FALOU ALLAN KARDEC  
   (Sobre a publicação de obras espíritas)
 “Quem quer que possua uma noção do Espiritismo, por superficial que seja, sabe que o mundo invisível é composto de todos aqueles que deixaram na Terra o envoltório visível. Despojando-se do homem carnal, nem todos se revestiram, por isso mesmo, da túnica dos anjos.
      “Há Espíritos de todos os graus de conhecimento e de ignorância, de moralidade e de imoralidade – eis o que não podemos perder de vista.
       “Não esqueçamos que, entre os Espíritos, no espaço, assim como entre os homens, na Terra, há seres levianos, (grifo nosso) desatentos e brincalhões; falsos sábios, vãos e orgulhosos, de um saber incompleto; hipócritas, malévolos, e, o que nos parecia inexplicável, se não conhecêssemos a fisiologia desse mundo, há sensuais, vilões e crapulosos, que se arrastam na lama. Ao lado disto, tal como ocorre na Terra, temos também seres bons, humanos, benevolentes, esclarecidos, de sublimes virtudes ...
      “... Desde que esses seres  (invisíveis) têm um meio patente de se comunicar com os homens (pela mediunidade),  suas comunicações  devem ser um reflexo de seus sentimentos, de suas qualidades ou de seus vícios (...) Revelam-se por sua própria linguagem. Daí a necessidade de não se aceitar cegamente tudo quanto vem do mundo oculto; a necessidade de se submeter tudo a um controle severo.  (grifo nosso)
     “... Ao lado das comunicações francamente más, que chocam a qualquer ouvido um pouco delicado, outras há que são triviais e ridículas...
     “... o mal está em apresentar seriamente coisas que são notórios absurdos.  (grifo nosso) Alguns mesmo podem ver uma profanação no papel ridículo que emprestamos a certas personagens justamente veneradas, e às quais atribuímos uma linguagem indigna. As pessoas que estudaram a fundo a ciência espírita sabem qual é a atitude que convém a esse respeito. Sabem que os Espíritos zombeteiros não têm o menor escrúpulo de se enfeitar com nomes respeitáveis. Mas sabem também que esses Espíritos só abusam daqueles que gostam de se deixar abusar... (grifo nosso)
      “... há comunicações que podem prejudicar essencialmente a causa que querem defender.  (grifo nosso)...
     ... os Espíritos vão aonde acham simpatia e onde sabem que serão ouvidos. (grifo de Kardec). As comunicações (...) simplesmente falsas, absurdas e ridículas, só podem emanar de Espíritos inferiores; o simples bom senso o indica. Esses Espíritos fazem o que fazem os homens que se vêm complacentemente escutados; ligam-se àqueles que admiram as suas tolices, e, muitas vezes, se apoderam deles e os dominam a ponto de os fascinar e subjugar (...) O único e verdadeiro  meio  ( que temos ) de os afastar é provar-lhes que não nos deixamos enganar, rejeitando, impiedosamente, como apócrifo e suspeito, tudo aquilo que não for racional, tudo aquilo que desmentir a superioridade que se atribui ao Espírito que se manifesta e de cujo nome ele se serve. (Grifo nosso) Então, quando vê que perde o seu tempo, afasta-se.
      “Julgamos ter respondido suficientemente à pergunta de um nosso correspondente sobre a conveniência e a oportunidade de certas publicações espíritas. Publicar, sem exame, , ou sem correção, tudo quanto vem dessa fonte, seria, em nossa opinião, dar prova de pouco discernimento. Esta é a nossa opinião pessoal, que apresentamos à apreciação daqueles que (...) podem julgar com imparcialidade, pondo de lado qualquer consideração individual. Como todo mundo, temos o direito de dizer a nossa maneira de pensar sobre a ciência que é objeto dos nossos estudos, e de tratá-la à nossa maneira, não pretendendo impor nossas idéias a quem quer que seja, nem apresentá-las como leis. Os que partilham da nossa maneira de ver é porque crêem, como nós, estar com a verdade. O futuro mostrará quem está errado e quem está certo”. (A íntegra desta instrução de Allan Kardec, se encontra na “Revista Espírita” de novembro de 1859 – lançamento EDICEL, págs. 313 a 316, ou então na obra “Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita”, - lançamento da Editora da FEB – págs. 73 a 79).
NOSSO COMENTÁRIO  
     Essa “Instrução” de Allan Kardec data, como se vê,  de 1859, ano em que Jean Baptiste Roustaing caiu gravemente enfermo e ainda não conhecia nada de Espiritismo. Foi somente em 1861 que veio a ler “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns”, passando então a se considerar espírita, como comunicou por carta a Allan Kardec.
     Foi também em dezembro desse ano (1861) que foi à casa de Madame Emilie Collignon e tomou conhecimento da missão que lhe cabia. Alguns Espíritos mistificadores, enfeitando-se com os nomes respeitáveis dos Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, e de Moisés, se apresentaram à médium, na presença dele, Roustaing, e lhe disseram que lhe cabia organizar e publicar uma obra com o título de “Os Quatro Evangelhos”, que seria a “revelação da revelação”, portanto, colocada acima da Terceira Revelação levada a efeito pelo Missionário de Lyon sob a assistência do Espírito de Verdade e sua gloriosa Falange Espiritual...
     E Roustaing fez  tudo à revelia de Allan Kardec. Não levou a ele as comunicações que recebia dessa médium; não o consultou em nenhum momento; não pediu sua opinião sobre as mensagens que já tinha em mãos; não pediu conselhos. Não fez nada disso que compete a um leal assistente ou secretário, ou adjunto fazer. E o pior é que, quando achou que já era hora de publicar os originais da obra que tinha em seu poder, foi à editora e mandou que publicassem tudo.
     Foi assim que, em meados de 1866, foi lançada ao público, essa obra apócrifa intitulada “Os Quatro Evangelhos”. Digo “apócrifa”, sim, porque, depois de a ler, Allan Kardec, agindo imparcialmente e sem nenhuma idéia preconceituosa, embora tivesse encontrado nela muitos pontos duvidosos e a considerasse muito prolixa e repetitiva demais, chegou mesmo a elogiá-la e a aconselhar sua leitura. Essa atitude do querido Mestre lionês não é de estranhar porque ele próprio havia dito que nós, espíritas, temos que ler de tudo, até mesmo os contras (L.M. parte I, cap. III, número 35 – dois últimos parágrafos).
     Mas ele deixou bem claro que as explicações encontradas na obra nada mais eram do que “opiniões pessoais dos Espíritos que as formularam; podem ser justas ou falsas, por isso mesmo necessitam da sanção do controle universal; até mais ampla confirmação, não poderiam ser consideradas, como partes integrantes da doutrina espírita” (R.E. junho/1866 – EDICEL, pág.180).
     Além disso, quase dois anos depois, ou seja, em 6 de janeiro de 1868, em Paris, Kardec publicou sua última obra “A GÊNESE”, em que nega, peremptoriamente, todas as explicações, todos os argumentos utilizados por Roustaing (“A Gênese”, cap. V, ns. 65, 66 e 67).
     Pois bem, apesar de tudo isto, constantemente se sucedem no palco os bobos da corte, querendo fazer-nos morrer de rir com suas piadas: uns dizendo que a Federação Espírita Brasileira (FEB) não é, nunca foi, nem nunca será roustainguista, portanto não serve a dois senhores ao mesmo tempo; é, muito ao contrário, kardecista, “somente kardecista”; outros, humoristicamente declarando que no art. lº do Estatuto da FEB, não há nenhum parágrafo único, dizendo que a obra de Roustaing  é complementar às da Codificação Kardecista; outros, a declarar que o Espírito de Allan Kardec, “o bom senso encarnado”, lá em cima se arrependeu de ter sido o Codificador do Espiritismo, e passou a ser também roustainguista, como Luciano dos Anjos publicou em sua obra intitulada “Os Adeptos de Roustaing”. Teve um que chegou ao cúmulo de dizer que “o roustainguismo é um curso superior de espiritismo”, querendo dizer com isto que o prof. Rivail foi apenas um mestre escola a ensinar as primeiras letras, enquanto o advogado de Bordéus foi um catedrático, meritíssimo reitor de uma universidade.
      Houve mesmo um grupo que se reuniu num teatro em outubro de 1949, e representou uma comédia muito engraçada, digna de Molière, intitulada “Pacto Áureo”. Estavam todos sob a proteção do Espírito do Regenerador, anunciado por Roustaing. E não foi preciso discussão nenhuma para proclamarem, alto e bom som, que “cabe aos espíritas do Brasil porem em prática a exposição contida no livro ‘Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, ditado pelo Espírito de Humberto de Campos, pela psicografia de Chico Xavier, publicado pelo Departamento Editorial da FEB em 1938, com prefácio de Emmanuel = leia-se: padre Nóbrega”. Essa obra ridiculariza Jesus, o Homem de Nazaré; coloca o Cordeiro de Deus acima do Espírito de Verdade e chega a afirmar, mentirosamente, que Jean Baptiste Roustaing foi auxiliar de Allan Kardec.
      Confesso que, quando tomei conhecimento disto, através de um arlequim que se apresentava num espetáculo a que assisti num circo de Bordéus, montado na praça da Alegria, em São Paulo, caí na gargalhada. Ri tanto que quase morri naquela hora. Foi preciso que me levassem para um hospital, onde fiquei algum tempo na U.T.I. Mas, graças a Deus e à proteção dos Amigos Invisíveis, consegui me restabelecer. E, vejam só, voltei a freqüentar os espetáculos circenses.
      Certa vez, fui, não a um circo, e sim a um teatro de comédias, assistir à apresentação de um palhaço, que, em entrevista à imprensa espírita, se apresentou como sendo a reencarnação de Molière. Pois não é que, em certo momento do espetáculo, ele, mostrando um livro que trazia na mão direita, pediu a atenção de todos e disse:” - Respeitável público, vocês sabem quem foi a reencarnação do Mestre Allan Kardec? Não sabem? Pois eu sei: foi este aqui”. E apontou para um dos dois vultos que apareciam na capa do livro: o Chico....
 O Franco Paladino

“BRASIL, PÁTRIA DO EVANGELHO” PODE ?!

     Em 1938, o Espírito de Humberto de Campos, pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier, euforicamente, proclamou: “BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”. E, como exaltava a obra do jesuíta Padre Manoel da Nóbrega e a ação dos pioneiros do Espiritismo no Brasil, a obra foi prefaciada por Emmanuel e publicada pela Federação Espírita Brasileira, transformando-se logo no livro mais vendido e mais procurado pelos espíritas brasileiros e estrangeiros também, pois tem sido traduzida em vários idiomas.

     A alegria e satisfação que essa obra causou no mundo espírita foram enormes, pois se passou a ter a convicção plena de que, sob a proteção do “Coração misericordioso do Cordeiro de Deus”, nosso país iria se transformar, imediatamente, num verdadeiro eldorado, ”lugar pródigo em delícias e riquezas”, ou seja, o verdadeiro paraíso terrestre, que a Humanidade vem procurando há tantos séculos. E o fanatismo que essa obra provocou no meio espírita foi tão grande que pelo “Pacto Áureo”, assinado em outubro de 1949,  transformando o Conselho Federativo Nacional num simples Departamento da FEB, ficou decretado que: “cabe aos espíritas do Brasil porem em prática a exposição contida” no livro em epígrafe.
     Muito bem! Estamos iniciando este mês o sexto ano do século XXI e do terceiro milênio. De 1938 até 2006 foram passados já sessenta e oito anos. Olhando-se então para trás, pode-se perguntar hoje: “ – Será mesmo o Brasil a Pátria do Evangelho, como declarou, euforicamente o Espírito de Humberto de Campos? Será?!!!”.
     Na minha modesta opinião, acho que não, por vários motivos, a começar pelo seguinte: a pátria é o lugar, o país, onde nascemos, e não foi no Brasil que o Evangelho nasceu e sim na Palestina, onde foi pregado e exemplificado por Jesus de Nazaré, o grande Homem, e não esse agênere falso e mentiroso, que andam mostrando por aí. Será que esse Espírito, que se apresentou como sendo Humberto de Campos, um dos “imortais” da Academia Brasileira de Letras, não sabia disso?! E depois, quem acompanha as notícias veiculadas pela imprensa escrita, falada e televisionada, tem a convicção plena de que aqui o progresso moral, o progresso espiritual não vêm acompanhando o progresso material, que caminha numa velocidade imensa. Na verdade, materialmente falando, o país se transformou muito: as cidades de outrora viraram metrópoles; os antigos territórios passaram a ser Estados da Federação; as capitais das antigas províncias viraram megalópoles, cheias de altos edifícios, de magníficos condomínios, de palácios suntuosos públicos e particulares; as ruas, depois de calçadas, foram asfaltadas; os lampiões, que iluminavam as casas e as vias públicas,  foram substituídos por lâmpadas elétricas; nas residências, nas casas comerciais e nas repartições públicas, apareceram os rádios, os telefones, as televisões, os computadores; os dramas, as comédias e os romances de amor, que, antigamente, só apareciam nos livros, nos teatros e nos cinemas, hoje em dia aparecem também dentro de casa, onde as famílias se reúnem diante das televisões para assistir às telenovelas... Enfim, um grande, um imenso progresso material, que deu ao Brasil a categoria de país emergente, que sai do terceiro mundo e já quer se igualar às grandes potências mundiais.
     Em contrapartida, como vive a população brasileira?     
     Não precisaríamos dizer nada a este respeito, porque as manchetes de jornais e revistas, os livros, os filmes, os programas televisivos aparecem, diariamente, dentro de nossa própria casa, para nos dizer e mostrar como anda o mundo moderno nesta chamada “Pátria do Evangelho”. Pátria abençoada e protegida pelo Cordeiro de Deus, que aparece, majestosamente numa estátua de pedra com os braços abertos e acolhedores para os turistas nacionais e estrangeiros tirarem suas fotografias.
     E o que se passa na sociedade?
      As criancinhas recém nascidas, frutos da violência, renegadas pelas mães, são jogadas nas latas de lixo e as que não têm esse destino, ficam vivendo em lares formados por pessoas carentes, onde as mulheres miseráveis vivem trocando de companheiros, que as engravidam e dão no pé, deixando-as com vários filhos fracos e desnutridos. Os que já têm idade para aprender a ler e escrever, ao invés de irem para as escolas, vão para as ruas pedir esmolas ou se mostrar aos motoristas de táxis e carros particulares como malabaristas, e assim conseguirem levar para casa alguns trocados, para ajudarem os pais nas despesas da família. Outros, muito cedo, enveredam para o mundo das drogas e da prostituição, tornando-se vítimas de traficantes do sexo e de padres pedófilos.
     No meio urbano a situação é esta: casamentos que duram meses; violência contra as mulheres em casa e nas ruas; assaltos, estupros, sequestros; invasões de imóveis pelo grupo dos sem-teto, que depois são despejados à força pela polícia por ordem do juiz de direito; filas intermináveis nas escolas para se conseguir matrículas, nos hospitais e clínicas de saúde, para se marcar consultas, muitas vezes transferidas por falta de condições materiais e de profissionais, que estão constantemente em greves prolongadas. E os que precisam de atendimento de urgência não encontram vagas  e têm de ficar esperando nos corredores....
     No meio rural a escravidão humana ainda existe apesar da famosa “Lei Áurea” e os “sem terra” vivem invadindo e tomando à força as propriedades alheias.    
     No âmbito da administração pública, o exemplo que vem de cima é péssimo: falta de cumprimento das promessas feitas em campanhas eleitorais; desvios de verbas para fins ilícitos; corrupção das autoridades; suborno por parte dos servidores, nos três níveis de governo (municipal, estadual e federal) e nos três poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário); abertura de processos policiais e de comissões parlamentares de inquéritos, para julgamento dos infratores, resultando daí as constantes cassações de mandatos...
     Enfim, uma vergonha! Sim, uma VERGONHA”
     E é isto que o Espírito de Humberto de Campos, que, em vida chegou a envergar o fardão da Academia Brasileira de Letras, chamou de “Pátria do Evangelho”...
     Quá! Quá!Qua!Quá!... Só rindo mesmo!
                                                            O Franco Paladino


PACTO ÁUREO
UNIFICAÇÃO
Os espíritas do “Coração do Mundo”, no dia 5 de Outubro de 1949, data a que o nosso colega “Mundo Espírita” muito acertadamente chamou - DIA ÁUREO DA CONFRATERNIZAÇÃO -, vibraram de entusiasmo pelo grande acontecimento da Unificação, pois que a notícia foi levada celeremente a todos os recantos da Pátria, através de telegramas, de rádios, de cabogramas e de telegramas interurbanos.
Com um entusiasmo nunca dantes verificado em nossos meios, os abraços se sucediam, enquanto de muitos olhos a alegria se manifestava cristalina e bela, através de pérolas liquefeitas a rolarem, silenciosas, mas vivificadas pelo Espírito, pelas faces dos velhos trabalhadores da Seara.
“Reformador” não pode registar os acontecimentos. Seus redatores não se sentem capazes de descrever com palavras precisas, talvez por inexistentes no vocabulário humano, os quadros de verdadeira espiritualidade então presenciados por todos quantos tiveram a grande felicidade de se encontrarem reunidos, na Capital da República.
Dessa forma, que nos perdoem os nossos leitores e passemos à transcrição do primeiro documento:
  • Grande Conferência Espírita realizada no Rio de Janeiro:
Ata da reunião entre os diretores da Federação Espírita Brasileira e os representantes de várias Federações e Uniões de âmbito estadual: Aos cinco dias do mês de Outubro do ano de mil e novecentos e quarenta e nove (1949), na sede da Federação Espírita Brasileira, à Avenida Passos, nº 30, na cidade do Rio de Janeiro, Capital da República, Brasil, presentes o Sr. Antônio Wantuil de Freitas, presidente da F.E.B., e demais signatários desta, após se dirigirem ao Alto, em prece, suplicando bênçãos para todos os obreiros da Seara Espírita do Brasil, bem como para toda a Humanidade, e depois de longo e coordenado estudo do movimento Espírita Nacional, a que pertencem, acordaram em aprovar os seguintes itens, “ad referendum” das Sociedades que representam: 1.º) Cabe aos Espíritas do Brasil porem em prática a exposição contida no livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, de maneira a acelerar a marcha evolutiva do Espiritismo. - 2.º) A F.E.B. criará um Conselho Federativo Nacional, permanente, com a finalidade de executar, desenvolver e ampliar os planos da sua atual Organização Federativa. - 3.º) Cada Sociedade de âmbito estadual indicará um membro de sua diretoria para fazer parte desse Conselho. - 4.º) Se isso não for possível, a Sociedade enviará ao presidente do Conselho uma lista tríplice de nomes, a fim de que este escolha um desses nomes para membro do Conselho. - 5.º) O Conselho será presidido pelo presidente da Federação Espírita Brasileira, o qual nomeará três secretários, tirados do próprio Conselho, que o auxiliarão e substituirão em seus impedimentos. - 6.º) Considerando que desde a sua fundação a F.E.B. se vem batendo pela autonomia do  Distrito Federal, conforme se vê em seu órgão - “Reformador” -, fica o Distrito Federal considerado como Estado, em igualdade de condições com os demais Estados do Território Nacional. - 7.º) O presidente da Federação Espírita Brasileira nomeará uma Comissão de três juristas espíritas e dois confrades de reconhecida idoneidade, para elaborar o Regulamento do Conselho Federativo Nacional e propor as modificações que se tornarem necessárias nos atuais Estatutos da Federação Espírita Brasileira. - 8.º) No caso de haver mais de uma sociedade de âmbito estadual em algum Estado, tudo se fará para que se reúnam em torno de uma terceira, cuja presidência será exercida em rodízio e automaticamente pelo presidente de cada uma delas, substituídos que serão, anualmente, no dia 1º de Janeiro de cada ano. - 9.º) Anualmente, em sua primeira reunião do mês de Agosto, o Conselho organizará o seu orçamento, o qual, uma vez aprovado pela Diretoria da F.E.B., será entregue ao tesoureiro dessa. - 10.º) Cabe à Federação Espírita Brasileira entrar com cinquenta per cento do que for determinado para o referido orçamento, devendo os restantes cinquenta per cento ser distribuídos em cotas iguais entre todas as Sociedades pertencentes ao Conselho. - 11.º) Na escrita da F.E.B. o seu tesoureiro deverá criar um título no qual lançará todo o movimento de valores, inclusive de donativos que forem feitos com a finalidade de facilitar os trabalhos do Conselho, quantias essas que, de forma alguma, poderão ser aplicadas senão por deliberação do dito Conselho. - 12.º) As Sociedades componentes do Conselho Federativo Nacional são completamentes independentes. A ação do Conselho só se verificará, aliás, fraternalmente, no caso de alguma Sociedade passar a adotar programa que colida com a doutrina exposta nas obras: “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns”, e isso por ser ele, o Conselho, o orientador do Espiritismo no Brasil. - 13.º) Deverá ser organizado um quadro de pregadores espíritas, composto de sócios das Sociedades adesas, os quais, dentro de suas possibilidades, serão escalados para visitar as Associações que ao Conselho dirijam convites para festividades de caráter puramente Espírita. - 14.º) Se possível, será criado, também, um grupo de pregadores experimentados e cultos, com a difícil missão de levar a palavra do Evangelho aos grupos que, ainda mal orientados, ofereçam campo à semeadura cristã. - 15.º) Nenhum membro do Conselho poderá dar publicidade a trabalho seu, individual, subscrevendo-o como membro do Conselho Federativo Nacional, salvo se o trabalho for antecipadamente lido e aprovado pelo Conselho. - 16.º) Os membros do Conselho são considerados como exercendo cargo de confiança das Sociedades que os indicarem. - 17.º) Sempre que possível, o Conselho designará um dos seus membros para assistir aos trabalhos doutrinários realizados pelas Sociedades. - 18.º) Se alguma colidência encontrar, pedirá ele se convoque a diretoria da Sociedade e, então, confidencialmente, exporá o que deverá ser modificado, de acordo com o plano geral estudado pelo Conselho. E nada mais havendo, eu, Oswaldo Mello, servindo de secretário, a escrevi e datilografei, assinando-a juntamente com os componentes da reunião, que decorreu sob a mais viva emoção dos circunstantes. E, para constar, fiz esta, que subscrevo, aos cinco dias do mês e ano referidos. a) Oswaldo Mello, secretário. Antônio Wantuil de Freitas, presidente da Federação Espírita Brasileira; Arthur Lins de Vasconcellos Lopes, por si e pelo Sr. Aurino Barbosa Souto, presidente da Liga Espírita do Brasil; Francisco Spineli, pela Comissão Executiva do Congresso Brasileiro de Unificação Espírita e pela Federação Espírita do Rio Grande do Sul; Roberto Pedro Michelena; Felisberto do Amaral Peixoto; Marcírio Cardoso de Oliveira; Jardelino Ramos; Oswaldo Melo, pela Federação Espírita Catarinense; João Ghignone, presidente e Francisco Caitani, membro do Conselho da Federação Espírita do Paraná; Pedro Camargo - Vinícius e Carlos Jordão da Silva, pela União Social Espírita de S. Paulo (USE); Bady Elias Curi, pela União Espírita Mineira; Noraldino de Mello Castro, presidente do Conselho Deliberativo da União Espírita Mineira. Em tempo: Depois de assinado o presente documento, o presidente Wantuil de Freitas, após manifestar os seu regozijo pelo histórico acontecimento, com palavras cheias de fé e de esperança nos destinos gloriosos do Brasil Espírita, convidou o confrade Pedro Camargo-Vinícius a proferir a prece final, de encerramento dos trabalhos, o que foi feito, fervorosamente, em súplica ardente aos Espíritos Superiores, aos quais rogou assistência e iluminação para o desenvolvimento rápido dos nossos trabalhos, na semeadura do bem e do amor, em torno do Mestre e Senhor, Eu, Oswaldo Mello, subscrevo e assino, como testemunho da verdade: Oswaldo Mello.
NOTA CONFORTADORA:
Após a prece final proferida pelo confrade Vinícius e quando todos ainda se encontravam em concentração, manifestou-se psicofônicamente o saudoso presidente da F.E.B., Guillon Ribeiro, cujas palavras de aprovação, de fé e de grande amor foram recebidas como um prêmio de Mais Alto, por intermédio daquele companheiro que tão abnegadamente serviu e serve à Causa do Espiritismo cristão.
A palavra de Guillon Ribeiro foi recebida mediunicamente pelo Sr. Oswaldo Melo, secretário da Conferência e presidente da Federação Espírita Catarinense.
Em sua reunião, realizada alguns minutos após o encerramento dos trabalhos acima referidos, o “Grupo Ismael”, célula máter da F.E.B., recebeu duas belíssimas comunicações: uma, no início, psicografada, do Espírito de Bittencourt Sampaio, e outra, final, psicofônica, do Espírito de Ismael.
Como consequência dessa Unificação, o presidente da Casa de Ismael, quando da irradiação, em 9 do mesmo mês, da “Hora Espiritualista João Pinto de Souza”, dedicada a este auspicioso evento e também por motivo da realização do 2º Congresso Espírita Pan-Americano, proferiu a seguinte oração:
  • Irmãos do Continente Americano:
Eu vos saúdo.
Há precisamente seis anos, logo após a minha primeira eleição para presidente da Federação Espírita Brasileira, duas mensagens me foram enviadas do Alto. Guardei-as comigo e somente a pequeno número de companheiros delas dei conhecimento.
Vieram por médiuns diferentes e mais ou menos se completavam. Uma me anunciava toda a agitação que se processou nesses últimos anos e me aconselhava calma, humildade e amor, afirmando-me que, após a tempestade, a Casa Máter veria reunidos em torno dela todos os seus muito amados filhos.
A segunda - como dela me recordo hoje com o mesmo júbilo daqueles dias -, não me falava senão do período de bonança que ora gozamos, anunciado, então, exatamente para esse fim de ano, pois que me indicara como data o 66º aniversário da Federação, ou seja, 1º de Janeiro de 1950.
Hoje, eu vos trago a terceira Mensagem recebida agora, no dia 5, alguns minutos depois de se retirarem da sede da Federação os companheiros que nela se reuniram e decidiram, por unanimidade, concretizar, nestas plagas do Planeta, aquilo que no Alto já havia sido traçado.
Ouçamos, pois, a palavra de Ismael, do guia das Terras Brasileiras, e que nos foi enviada em sessão ordinária do “Grupo Ismael”, célula-máter da Federação Espírita Brasileira:
“Ajuda-me, Jesus! Ajuda-me, Mãe Santíssima! Irmãos! Filhos de minha alma, fiéis aprendizes de minha humilde oficina na grande forja do Mestre e Senhor! - Eu vos saúdo e abençôo, em nome desse mesmo Mestre e Senhor, pedindo recebais meus votos em vossos corações e os transmitais a todos os obreiros da seara divina, aos trabalhadores de última hora que fazem jus ao salário e se entregam à tarefa com toda a dedicação.
“Sim! O fruto amadureceu. E, na hora precisa, por todos pode ser saboreado, meus amigos - por todos os arrebanhados por mim para preparar o celeiro. Na Pátria do Cruzeiro, homens falíveis criaram separações imaginárias, embora no fundo seus corações buscassem a Jesus. Os que os assistiam mais de perto sabiam que, a seu tempo, o véu que lhes encobria a verdade viria a ser afastado e o reino do entendimento raiaria entre eles, para que unidos buscar pudessem o reino da Paz, aquele que só Jesus está em condições de distribuir entre os homens. Avante, caravaneiros da Pátria do Evangelho! Não permitais que o homem velho sufoque o novo que surge das páginas do Livro santo! Que a humildade seja a vossa primordial arma, a exemplo de Jesus. Que a renúncia, amigos, vos secunde em todos os atos para buscardes e terdes em vós o reino dos Céus. Jamais impere o personalismo em vossos corações. Todas as vezes que a luta pela conquista de bem se vos tornar áspera e encontrardes dificuldades em vencê-las, orai, amigos da caravana que se não extingue. Orai! orai! Elevai-vos acima de vós mesmos nas asas da prece e, na volta, certamente trareis um Anjo do Senhor convosco.
“Testemunhos, nós os teremos que dar. Decepções, vos as encontrareis ainda. Mas, que dizermos do Sermão da Montanha, se não houvera decepções? Benditos os que padecem perseguições e injúrias! Benditos os aflitos! Benditos os que sofrem carência de justiça!
“As lutas terão que atingir-nos incessantemente. Todavia, se tivermos Jesus no coração, a fé que remove montanhas e a consciência tranquila do dever bem cumprido - diante da dor nada devermos temer. Caminharemos sempre.
“Daqui faço um apelo aos meus colaboradores na divulgação do Evangelho, nesta parte do hemisfério, para que a lição recebida no dia de hoje fique gravada em suas almas. Que jamais irmãos movidos pelo mesmo ideal se entrechoquem, por não haver tolerância, por não haver renúncia, por não haver humildade. Que a Confraternização, hoje festejada por todos os corações que se guiam pelas luzes da Terceira Revelação, possa servir de marco a uma nova era de entendimento através da propaganda dos ensinos evangélicos, da difusão da Luz aos mais longínquos recantos da Terra, da caridade indispensável aos que sofrem, encarnados ou desencarnados, necessitados do pão material ou do espiritual.
“Se minhas palavras vos merecerem fé, guardai-as em vossos corações. Cheguem elas, se possível, a todos quantos se interessam pela Paz e pela Harmonia universais.
“Que Deus vos abençoe e ilumine. Que a Virgem Santíssima vos envolva em seu Amor.
“Em nome do Divino Mestre e Senhor, em seu sacratíssimo nome, abençoo a família espírita.”
(Médium: Gifôni).
 
E assim terminou Ismael, o legado do Cristo em terras do Brasil.
“Reformador” rejubila-se, pois, com os espíritas brasileiros, suplicando bênçãos ao Cristo, para que de nós sejam afastados quaisquer resquícios de animosidades personalistas, visto que só assim a bandeira de Ismael poderá tremular, impávida e serena, nos céus benditos do Cruzeiro do Sul.



(Texto publicado na Revista “Reformador” de Nov/1949 - Págs. 243 a 246)

 
SÉRGIO PEREIRA/KAJAIDE
ORIENTADOR ESPIRITUAL
ANO DE SÀNGÓ/OBÁ/LODÊ
"SOU LUZ!"

OYÁ YANSA








OYÁ YANSA

Oyà Petu – Ligada a Aiyrá que vai sempre na frente anunciando sua chegada, Oyá dos raios. Nesse aspecto ela convive com Aiyrá. Senhora dos ventos, amante de Ossain, fundamento com as árvores e suas folhas, guerreira usa cobre e veste vermelho....
Oyà Onira – Rainha da cidade de Ira, a doce guerreira ligada as águas,veste rosa.
Tem laços de amizade com Oxum , pois foi Onira quem ensinou Oxum Opará a guerrear. Ninfa das águas doces, com ligação direta com o culto dos Eguns (almas). É a dona do "atori", uma pequena vara usada no culto de Oxalá para chamar os mortos na intenção de fazê-los participar da cerimônia. A função do "atori" é a de, assim que ao ser tocada batida no chão, que se faça o poder de fazer reinar a paz no local ou na vida de alguém e trazer-lhe abundância. O "atori"também tem a força de mandar chover regularmente para trazer a prosperidade."Yansã Onira" deu a Oxaguiã o "atori" e seu poder de exercê-lo, além de ter lhe ensinado o fundamento e como usá-lo.
Oyà Bagan – Fundamento com Oxossi, Omulu, Exú, guerreira dos ventos os estreitos das matas.Veste o branco. Ligada ás Igbalés esse caminho de Oyá traz as "cabeças" dos eguns em sua mão, por isso ficou conhecida como a Oyá sem cabeça. Filha de Babà Dankó.
Oyà Topè – Encontro do atrito com o vento, que dá origem ao fogo, Topé é aquela que caminha com Esú, Xangô e Ogum. Suas cores são, marrom e vermelho, carrega adaga de cobre enfeitada de pedras vermelhas.
Oyà Kará- Ligada a Xangô, é a representação feminina do fogo. Veste-se de vermelho com branco e dourado. Traz nas mãos o fogo vivo. Neste caminho Oyá divide o poder do fogo com Xangô. Seu igbá vai dentro de um tacho de cobre.
Oyà Padá - Ligada ao Bambuzal veste-se de vermelho e amarelo, ligada ao culto dos eguns atmbém carrega o mariwo, nesse caminho Oyá tem ligação com Omolu e Nanã. Suas ferramentas são de cobre.
Oyà Egunita – Igbalé vive com os eguns, veste branco e cru, suas ferramentas são prateadas, seu igbá é de louça, pouco brilho, ligada ao surgimento de egun é uma das Oya mais quente.
Oyà Funan- Cultuada nos bambuzais , esta mora próximo a casa de Egun, veste-se de branco como as outras e possui ligação com Ògún e Omolú. Vem na frente do cortejo fúnebre.
Oyá Furé – Conhecedora do caminho que leva até o Orún, possui certa incompatibilidade com Xangô. Veste Branco com palha. Ligação com Omolú. Orixá Olodê (mora ao lado de fora). Em suas vestes vão nove pequenas cabaças penduradas, não carrega metal.
 
Sérgio Pereira/Kajaide
Orientador Espiritual
Ano de Sàngó/Obá/Lodê
"SOU LUZ!"

terça-feira, 19 de agosto de 2014

CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA DO POVO QUE CULTUA ORISÁ.


 
CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA DO POVO QUE CULTA ORISÁ.

Sérgio Pereira, 19/08/2014.

Se  existe alguma expressão religiosa que mais respeita, cuida e cultua a natureza é justamente aquelas que cultuam Orisás. Isso se deve porque os seus iniciados sabe que tudo na natureza está sob os cuidados e domínios de alguma força que foi criada para justamente vibrar naquele sítio, onde não tem restrição para sua expressão. Nela encontramos composição divina contemplada por grandes agrupamentos sejam de pedras,florestas, matas, clareiras, córregos, cascatas, rios que serpenteiam e banham as terras de vários povos; sítios de águas cristalinas, que se relacionam de forma harmônica criando uma atmosfera de pura beleza natural. As cordilheiras, àguas subterrâneas, montanhas, penhascos, furnas, grutas, oceanos onde sua grandiosidade não se faz apenas por sua exuberância natural, mas pelas possibilidades que ele é capaz de proporcionar, a todos aqueles que buscam interação, contemplação, diversão ou consciência ecológica....Tudo isso é DEUS ONIPRESENTE, pois esses nichos ecológicos abrigam uma diversidade de seres dos vários reinos da natureza terrestre, entre eles nós humanos e os Orisás, entre tantos.


É de suma importância e obrigação por parte dos Babalorisás e Yalorisás de conscientizar seus iniciados de manter a ética e o respeito junto à natureza, pois em qualquer lugar tem uma Força Orisá responsável ali. Tem que aprender como deve levar e “arriar” (depositar) suas oferendas, seus despachos, descarrego ou lá o que for sem que polua ou forme lixo no meio ambiente. Tem que entender que tudo ali deixado tem que sofrer uma transformação, uma metamorfose benéfica para o todo. Não suje a natureza. Os Orisás não se beneficiam de plásticos, PVC, vidros e coisas assim que só servem para poluição e perigo para quem tem que transitar por esses sítios. Portanto, o que é deixado na natureza tem que servir rapidamente para ser absorvido de algum modo. Exemplo disso são comidas ou sacrifícios que são consumidos pelos animais silvestres do local. Com as velas deve se ter o  máximo cuidado do local onde elas vão ficar acessas, pois as mesmas tem que serem consumidas na sua totalidade mas, o fogo nela contida não pode ser o causador de um incêndio. Orisá nenhum quer qualquer desequilíbrio na natureza.

Nas encruzilhadas urbanas o que ali for colocado não pode causar horror as pessoas passantes ou causar entulho ou obstruir o direito de ir e vir das pessoas e dos veículos. Se for necessária uma quantidade maior de material, fale com seu Orientador Espiritual, com o seu Orisá, com seu Guia que ele certamente lhe dará uma alternativa sempre mais adequada.

Uma coisa é certa, todo aquele que quer bênçãos deve fazer o Bem através de suas ações.

Sérgio Pereira/Kajaide

Orientador Espiritual

Ano de Sàngó/Obá/Lodê

“SOU LUZ!”

domingo, 17 de agosto de 2014

A TIARA OU COROA TRÍPLICE.



A TIARA OU COROA TRÍPLICE.
 
 
 
Sérgio Pereira, 15/08/2014.

ESTA COROA É EXTREMAMENTE SIMBÓLICA NOS MEIOS INICIÁTICOS. ELA ESTÁ A DISPOSIÇÃO DE QUALQUER SER HUMANO QUE DE FATO A MEREÇA, SEJA HOMEM OU MULHER.
ESSA COROA NÃO TEM A NECESSIDADE DE SER FEITA DE OURO OU PEDRAS PRECIOSAS, PORQUE TODA ESSE ESPLENDOR TEM QUE ESTAR NO QUE A USA.
ELA PODE SER CONFECCIONADA DE VÁRIOS E DIVERSOS MATERIAIS. MAS COMO SEMPRE, O MAIS IMPORTANTE MATERIAL E A MORAL, A ÉTICA, A DIGNIDADE DO INDIVÍDUO. A COROA É APENAS UM SÍMBOLO. MAS A NOSSA ESSÊNCIA É A NOSSA REALIDADE.
TODO AQUELE INICIADO EM ALGUMA FILOSOFIA QUE LEVA A SE RELIGAR A ESPIRITUALIDADE, UM DIA PODE USAR A SUA COROA OU TIARA TRÍPLICE.
ELA SIGNIFICA OS 3 PODERES:
- PROFETA OU PROFETIZA PARA ENSINAR O HUMANO A SER CADA VEZ MELHOR;
- PASTOR OU PASTORA PARA CONDUZIR O SEU REBANHO;
- SACERDOTE OU SACERDOTISA PARA SANTIFICAR TODOS E TUDO.
PROFETA, PASTOR OU SACERDOTE SÃO APENAS TÍTULOS QUE SE ESPRAIAM  PARA CARGOS DAS DEMAIS DENOMINAÇÕES INICIÁTICAS, COMO YALORISÁS, BABALORISÁS, MULÁS, RABINOS, DALAI LAMAS, VENERÁVEIS MAÇONS,ETC...

SÉRGIO PEREIRA/KAJAIDE
ORIENTADOR ESPIRITUAL
ANO DE SÀNGÓ/OBÁ/LODÊ
"SOU LUZ!"