07/11/1997
Extraido do Livro "O Homem dos Dois Mundos". Parte Espiritualidade.Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
No transcurso dos cursos da vida vivida por nós dentro dos postulados de escolas místicas, muito se houve dizer que a técnica da gira efetuada nos médiuns é uma coisa desnecessária. Acreditamos que se ele estiver sendo empregada por pessoa habilidosa certamente ela está correta e alcançará os seus objetivos. Feita pelo simples fato de fazer por fazer ou por quem não sabe empregar a tal técnica, provavelmente acarretará em um desequilíbrio de energias, uma vez que por si só o ato de se rodopiar gera movimento de moléculas, partículas do átomo ( nêutrons, prótons, elétrons os quais costumávamos achar que eram as partículas fundamentais do núcleo do átomo, mas na verdade são constituídos por seis tipos de quarks denominados “up”, “down”, “estranho”, “charme”, “bottom” e “top” e cada um apresenta três cores: vermelha, verde e azul ), afora um arranjo estonteante de outras partículas que se agregam ou dispersam, como o caso dos fótons, grávitons, glúons e múons.
São muitas as filosofias místicas que utilizam a gira em seus iniciados. Nem sempre ela é necessária, mas quando sim ela favorece uma excitação prazerosa que faz o sangue circular, o corpo vibrar e as ondas da excitação propagar-se pelo corpo. Tal estado de vitalidade é a base física para a vivência da alegria, pelo desencadeamento de uma substância chamada endorfina.
É na busca desse estado de excitação que os shakers vibram, os médiuns da Umbanda giram e os dervixes rodopiantes dançam até atingir o êxtase.
O termo hebraico para a alegria é gool. Seu significado principal é rodopiar sob a influência de uma emoção violenta, num deleite sublime.
A gira recebe uma força aplicada onde o corpo do médium não fica em repouso. A força atua em um determinado ponto e o médium fica sendo empurrado, e isto determina um movimento rotativo gerador de energia, ocasionado pela movimentação das moléculas. Quanto mais longe do eixo for aplicado o movimento mais força girante vai se possuir.
Pessoas de vidência, já relataram ter visto que na gira se observa um vórtice colorido, que desce sobre o médium estático, e dentro dele o corpo começa a desenvolver movimentos rodopiantes.
Os médiuns por sua vez, testemunham. Na sua maioria, ao iniciar a gira de incorporação, têm a consciência de que o seu corpo está sendo movimentado em forma rotativa e em determinado momento perdem a consciência de tudo. Outros sentiram o seu corpo sendo dirigido numa gira, ficam incorporados com o seu espírito de trabalho, mas não perdem a consciência. Outros mais sentem seu corpo se “distender” e suas mãos se “inflarem” ou todo o corpo ficar “crescido”, “aumentado”.
Mas a gira mediúnica tem um limite, porque do contrário toda a carga de elétrons, prótons ou átomos que se equilibraram dentro do que podemos dizer positivo e negativo, pode se desequilibrar por excesso ou falta da competência técnica da gira, causando um grande desconforto ao organismo físico do médium.
Mas o extraordinário desse fenômeno é que todos eles, por mais intenso que tenha sido o movimento rotativo empregado em seu corpo, independente de idade, o médium não sente nenhuma tontura e fica no seu prumo original.
Porém, que fique bem claro que não é a gira que causa a incorporação ou que ela seja imprescindível para a mesma. Um Espírito pode incorporar em um médium esteja ele na posição que estiver.
Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE