OBALUÀYÉ, OMOLÚ, SAKPATA OU SÀNPÒNNÁ.
Sérgio Pereira, em 16/08/2013.
Hoje em muito lugares se comemora o DIA DE OBALUÀYÉ. Também, o CPPE CARIDADE, une-se a egrégora em torno desse ORISÁ para homenageá-lo por tudo que ele representa. Lembrando que esse ano de 2013 é ele que está regendo, por isso mesmo, é nosso dever e obrigação em prestar-lhe nossas preces e oferendas. Não é só pedir, mas agradecer ao amparo e as graças recebidas através desse ORISÁ.
Mediante a um ORISÁ
sempre temos que refletir sobre o que ele representa e a mensagem que trás, a qual
sempre está além do comum. Um ORISÁ é uma energia complexa e por esse motivo não
deve ser levada ou entendida com leviandade.
Como todos os
estudiosos e praticantes do Candomblé, sabem que esse ORISÁ se desdobra em mais
de um. Ele recebe nomes diferentes conforme seu espaço vibracional como
OBALUÀYÉ, OMOLÚ, SAKPATA OU SÀNPÒNNÁ.
Vamos dissecar o que
quer dizer esses nomes na língua iorubá:
OBALUÀYÉ = Quer dizer REI ou SENHOR DA TERRA
(NÃO NO SENTIDO DE TERRA PLANETA).
OBA= rei ou senhor.
AYÉ= terra.
OMOLÚ= quer dizer FILHO
DO SENHOR.
OMO= filho.
LÚ= do senhor.
SAKPATA= DONO DA TERRA;
SÀNPÒNNÁ= título ligado a grande calor, ou seja,
SOL.
Neste último nome podemos observar que esse
ORISÁ, têm muito a nos dizer que está além das feridas e ulcerações na pele.
Temos que lembrar que ele passa dessa vibração para outra de cura e beleza, que
de tal forma tem o brilho do Sol. Será por isso que ele usa a palha para se
cobrir e não ao contrário que muitos pensam, que as usa para esconder suas
chagas? Responda se puder.
Fazemos parte da natureza que não é estática,
mas sempre construindo e desconstruindo num processo de grande evolução. Por
isso mesmo, nossas perguntas e respostas também tem que seguir esse ritmo da
vida e não estagnar na mediocridade. A natureza nos mostra as transformações que
ocorrem o tempo todo. O humano também transforma o seu habitat o tempo todo.
Evolução sempre.
No seu itan (lenda) vemos que ele tem origem do
ORISÁ NANA e que nesta fase ele está em vibração de moléstias que expõem
ostensivamente sobre a pele, como o caso da varíola, e que depois ele segue sob
as vibrações do ORISÁ YEMOJÁ mudando a ostensividade para a beleza da saúde
e a quentura e o brilho do Sol. Porém ele tem tudo a ver com a morte e o
renascimento e também com a medicina.
O nome de sua dança é OPANIJÉ, que quer dizer:
AQUELE QUE MATA QUALQUER UM E COME. Podemos interpretar isso como a força ORISÁ
que tem a possibilidade de extinguir qualquer doença e a transubstancia em
algo benéfico. Mas o inverso pode ser verdadeiro. Dependendo de seu estado
vibracional e ocupação em seus onyaws(médiuns masculinos) e yiaws(médiuns femininos) ele mostra bem caracteristicamente de quem
está presente através de sua dança peculiar e enérgica com toque de delicadeza.
O mês de Agosto se para muitos e tido como ruim,
para os adeptos do Candomblé e seus omorisás de OBALUÀYÉ ele é muito esperado pois é
o tempo do OLUBAJÈ, ou seja, a festa anual para esse ORISÁ.