sábado, 11 de agosto de 2007

O CPPE - CARIDADE E SUAS NORMAS INTERNAS

ATUAL FORMAÇÃO DE COLUNAS:

  1. Sérgio Pereira / Kajaide – Babalóòrisà [Orientador Espiritual]
  2. Jorge Rudnei – II Sacerdote / Ebomi
  3. Noeli Peters – I Vigilante / Ekedi
  4. Suzana Silveira – II Vigilante
  5. André Luís Borges Pereira - I Alabê (tocador)
  6. Luiz Alexandre Pereira – II Alabê (tocador) / Omorisá
  7. Elisabete Louzada – Irmão(a) Experto(a) /Alabê (tocador)
  8. Gabriel Silva – Cambono / Omorisá
  9. Gilka Silveira – Irmão(ã) de Viva Voz e /ou Orador(a)
  10. Oscar Ben-Hur Nunes – Irmão(ã) Hospitaleiro(a)
  11. André Nottari – Dirigente do G.E.A.D. - Grupo Espiritualista de Auto-Desenvolvimento.

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GLOSSÁRIO:

  • I DIRIGENTE / ORIENTADOR ESPIRITUAL – Grau Hierárquico Máximo dentro do C.P.P.E. Caridade, por conseqüência, é o I Dirigente;
  • II DIRIGENTE – é o que por competência e grau hierárquico dirige a Casa e suas ritualísticas na ausência e /ou convocação do I Dirigente / Orientador Espiritual;
  • I VIGILANTE – pessoa encarregada de estar atenta, e cuidar de tudo o que se passa dentro da 1ª Corrente [Mediúnica], mantendo e fazer acontecer a Disciplina e normas da Casa, (tem obrigatoriamente que pertencer a 1ª Corrente [Mediúnica]);
  • II VIGILANTE – pessoa encarregada de estar atenta, e cuidar de tudo o que se passa dentro da 2ª Corrente [Assistência], mantendo e fazer acontecer a Disciplina e normas da Casa, (não necessita ser obrigatoriamente pertencer a 1ª Corrente [Mediúnica], podendo assim ser da 2ª Corrente [Assistência]);
  • IRMÃO(Ã) DE VIVA VOZ e /ou ORADOR(A) – é aquela pessoa que usa o verbo (diz ou fala), mas via de regra não deixa nada escrito;
  • ALABÊ – pessoa que toca instrumento ritualístico nas cerimônias;
  • EXPERTO(A) – pessoa que tem experiência em alguma coisa. Na casa se diz da pessoa que se ocupa de um mister importante, como exemplo: registro de todos os presentes e ausentes; de receber o ofertório; das exaltações; auxiliar outras funções e cargos hierárquicos;
  • CAMBONO(A) – pessoa com experiência em atendimento aos Espíritos que estejam incorporados ou fortemente influenciando o médium; que presta auxilio a qualquer médium que esteja em atividade ritualística; que desempenha atividades diversas com competência junto às ritualísticas da casa;
  • IRMÃO(Ã) HOSPITALEIRO(A) – pessoa que fica na porta recebendo aos que chegam para a Sessão. Não necessariamente tem que ser da 1ª Corrente [Mediúnica], mas é via de regra é a primeira função de quem entra pela primeira vez na Corrente Mediúnica da Casa;
  • G.E.A.D. – Grupo Espiritualista de Auto-Desenvolvimento, é um grupo pertencente ao C.P.P.E. Caridade. Foi fundado em 08/05/1998.

Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
AGOSTO/2007 – ANO SÁNGÒ/JÚPITER

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sexta-feira, 10 de agosto de 2007

CRÔNICAS DO ORIENTADOR ESPIRITUAL DO CPPE - CARIDADE

SER OU NÃO SER PAI
10/08/2007

Extraido do Livro "O Homem dos dois Mundos".
Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté

Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE

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Ser pai, não ser pai ou não querer ser pai.

Essas três assertivas apesar de ter um denominador comum diferem entre si no comportamento.

Ao observarmos cada uma delas podemos claramente ver o homem que está por trás disso.

Ser pai é ter consciência que não é necessário ter consangüinidade biológica, mas sim abrir o coração para receber em seu seio uma alma encarnada para qual se compromete em ser o seu orientador. Saber que mesmo sendo filho carnal ou de coração ele não é propriedade sua, mas sim a expressão da vontade da VIDA para com ela mesma.

O pai consciente se destaca por uma infinidade de atitudes que o faz ser um verdadeiro pai. Por exemplo, esse pai sabe erguer o filho do chão quando cai, mas também o faz perceber que é caindo que se levanta. Ele ensina que a busca pelo conhecimento é um trabalho que vai trazer benefício para aquele que assim o quer e que não traça modelo de conduta, mas aponta aquelas condutas que não devem ser seguidas, que estimula o filho a fazer o melhor de acordo com o que já sabe. Esse tipo de pai não está só para colocar a mão no bolso e pagar as despesas ou dar tudo o que o filho quer, na verdade ele dá limites e mostrar que para se ter é necessário fazer por onde merecer. Esse pai é acima de tudo um amigo sempre presente, atento e amoroso.

Não ser pai é um outro aspecto do homem que é pai, mas que não cumpre com as suas obrigações como tal. Esse simplesmente recolheu o fruto de um momento de prazer. Ele sempre se acha na condição de merecer respeito e consideração por parte de sua prole, mas não dá o necessário para o sustento e dignidade de seus filhos. Esse tipo de pai passa a ser em verdade o irmão mais velho e rebelde, cheio de queixas, traumas e frustrações. Ele não é marido, mas filho problemático da própria mulher. Ele curte muito pouco os melhores momentos de pai, o seu egoísmo é muito grande, não deixa espaço para acompanhar o crescimento dos filhos. Quando se apercebe os filhos já estão grandes e ele não registrou a infância, pré-adolescência, adolescência, juventude e tudo o mais que advêm de um desenvolvimento normal do ser humano.

Existem aqueles que não querem ser pai. Isso não tem nada de errado. É um direito do homem a escolha de tal opção. É preferível não ser pai a ser um mau pai.

Muitos pensam que é por egoísmo que certos homens não querem essa missão, até pode ser, mas muitos, em verdade, não se sentem capaz de desenvolver tamanha tarefa. Outros pode não querer ser pais por uma infinidade de razões que justifiquem verdadeiramente essa opção, mas não deixam de dedicar parte de seu tempo aos cuidados com o filho alheio.

Portanto, pai não é aquele que deu a vida, mas sim aquele que cria, educa e se torna um verdadeiro amigo.

Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE

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quinta-feira, 9 de agosto de 2007

CRÔNICAS DO ORIENTADOR ESPIRITUAL DO CPPE - CARIDADE

COMO É IMPORTANTE SABER QUEM SÃO OS NOSSOS LÍDERES
09/08/2007
Extraido do livro "O Homem dos Dois Mundos"
Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
AGOSTO/2007 – ANO SÁNGÒ/JÚPITER

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Prefaseando o Gen. Mourão Filho, um dos principais líderes da Contra-Revolução Brasileira de 1964, que escreveu: "Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso". MOURÃO FILHO, Olympio: "Memórias". Porto Alegre, L&PM, 1978. Pag. 16

Apego-me nesse gancho de raciocínio e transcrevo para outros setores de nossa existência.

Entre eles o da expressão religiosa, que via de regra o homem tende a associar a uma religião e nela encontra os seus líderes que se colocam como intermediários entre o humano e o divino.

Eles juram estar “on-line” com o Criador e por tanto falam em nome DELE. Outros dizem que a sua religião é a única e verdadeira, e que as outras mais próximas e semelhantes são “feridas” do seguimento deles, as demais são pagãs, hereges e infiéis.


O globo terrestre está cheio desse tipo de pessoas, organizações, facções ou outra qualquer denominação que queiram dar para aglomerados de humanos que tende a compartilhar de um seguimento.


É muito verdadeiro o que o referido general escreveu.


Mesmo com um verniz de diplomas a cobrir a sua imagem de cidadão ou cidadã, e através dos atos e não das palavras que se vem a conhecer a verdadeira personalidade de uma pessoa. Normalmente, nos achamos sempre melhor do que realmente somos.

Os aduladores, vigaristas e aproveitadores de plantão insuflam o ego dessa pessoa que por um aborto da natureza passa a deter o poder nas mãos e diz-lhe só o que os seus ouvidos querem ouvir. E com isso eles passam a tirar vantagem dessa prática. Porque tudo na vida tem um custo. Nunca é de graça aquele tampinha nas costas, o beijinho no rosto, o aperto de mão vigoroso e bem espalhafatoso, o tal “aparece lá pra tomar um cafezinho comigo”. Há homens que ficam com tanta empáfia e soberba que chegam a ficar com o típico “peito de pombo”, em outros sobe-lhe a cabeça os títulos e cargos que se acham acima do bem e do mal, pra na dizer da Lei que rege qualquer cidadão.

Portanto, é muito importante prestarmos muito bem atenção naqueles que escolhemos para nossos líderes, não tanto em sua retórica, mas mais nos seus atos, atitudes e desvelo para com o seu próximo.

Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
AGOSTO/2007 – ANO SÁNGÒ/JÚPITER

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domingo, 5 de agosto de 2007

MENSAGENS PARA REFLEXÃO

OS DOIS DOENTES
05/08/2007

Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
AGOSTO/2007 – ANO SÁNGÒ/JÚPITER

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Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital.

Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões.

A sua cama estava junto da única janela do quarto.

O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas.

Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas casas, dos seus empregos, dos seus aeromodelos, onde tinham passado as férias...

E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela ..

O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte. Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar, embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, e conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram.

Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia.

Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.

Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela... que dava, afinal, para uma parede de tijolo!

O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede.

“Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem...”.

Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
AGOSTO/2007 – ANO SÁNGÒ/JÚPITER

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MENSAGENS PARA REFLEXÃO

CICLOS EM NOSSAS VIDAS
05/08/2007

Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
AGOSTO/2007 – ANO SÁNGÒ/JÚPITER

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Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesma que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu própria, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.. E lembra-te: “Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”

Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
AGOSTO/2007 – ANO SÁNGÒ/JÚPITER

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MENSAGENS PARA REFLEXÃO

A VIAGEM DE TREM
05/08/2007

Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
AGOSTO/2007 – ANO SÁNGÒ/JÚPITER

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A vida pode ser comparada a uma viagem de trem. Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada. Interessante, porque nossa vida é como uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de surpresas agradáveis com alguns embarques e de tristezas com os desembarques... Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que, acreditamos que farão conosco a viagem até o fim: nossos pais. Não é verdade. Infelizmente, em alguma estação, eles desembarcam, deixando-nos órfãos de seus carinhos, proteção, amor e afeto. Mas isso não impede que, durante a viagem, embarquem pessoas interessantes que virão ser especiais para nós: nossos irmãos, amigos e amores. Muitas pessoas tomam esse trem a passeio. Outras fazem à viagem experimentando somente tristezas. E no trem há, também, outras que passam de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas. Outros tantos viajam no trem de tal forma que, quando desocupam seus assentos, ninguém sequer percebe. Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros acomodam-se em vagões diferentes do nosso. Isso nos obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas isso não nos impede de, com grande dificuldade, atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles. O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado, pois outra pessoa estará ocupando esse lugar. Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques. Sabemos que esse trem jamais volta. Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos, procurando em cada um, o que tem de melhor, lembrando sempre que, em algum momento do trajeto poderão fraquejar, e, provavelmente, precisaremos entender isso. Nós mesmos fraquejamos algumas vezes e tantas outras se farão acontecer. E, certamente, alguém nos entenderá. O grande mistério é que não sabemos em qual parada desceremos. E fico pensando: quando eu descer desse trem sentirei saudades? Sim. Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste. Separar-me dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido. Mas me agarro na esperança de que, em algum tempo ou momento, estarei na estação principal, e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem, que não tinham quando embarcaram. E o que me deixará feliz é saber que, de alguma forma, eu colaborei para que essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa. Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e desembarquem pessoas. Minha expectativa aumenta, à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade... Quem entrará? Quem sairá? Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem, não só como a representação da morte, mas, também, como o término de uma história, de algo que duas ou mais pessoas construíram e que, por um motivo ínfimo, deixaram desmoronar. Fico feliz em perceber que certas pessoas como nós, têm a capacidade de reconstruir para recomeçar. Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver, é tirar o melhor de "todos os passageiros". Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem, e por mais que nossos assentos não estejam lado a lado, com certeza, o vagão é o mesmo.

Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
AGOSTO/2007 – ANO SÁNGÒ/JÚPITER

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