A Tigela de Madeira
Texto proferido na Sessão Mediúnica em 001/06/2012.
Um senhor viúvo de idade avançada foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.
A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Às vezes a comida rolava de sua colher e caía no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a nora com o tempo começaram a se irritar com a bagunça.
- "Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai", disse o filho.
- "Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão."
Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.
Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.
Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram sempre para reclamar alguma coisa dele quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.
O neto de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio. E assim o tempo foi passando. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno agora com 7 anos, estava no chão, manuseando pedaços de madeira.
Ele perguntou delicadamente à criança:
"O que você está fazendo?"
O menino respondeu docemente:
- "Ah, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer."
O garoto de sete anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos.
Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família.
Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.
Sérgio Pereira/Kajaide
Orientador Espiritual
Ano de Yemanjá/Osalá/ Ajelú
“Eu Sou! Eu Venço!”