O SER HUMANO E A VIDA
Texto proferido na Sessão Mediúnica, em 08/06/2012.
O ser humano é cheio de surpresas, de altos e baixos. Um dia estamos felizes. No outro, a tristeza nos chega porque perdemos o emprego, o salário não aumentou, a tarifa do ônibus subiu de preço, o cabelo não ficou penteado como eu queria, o dia tá frio, o dia tá quente...e assim se passam as horas, os dias, semanas, meses e anos...há quem esteja em eterna insatisfação. Sentimo-nos tristes porque queríamos assistir a uma peça de teatro e não conseguimos o ingresso. Programamos um belo passeio no final de semana e a chuva resolve aparecer, com todo seu vigor, acabando com nosso programa. Por todas estas coisas e outras tantas, muitas vezes nos queixamos da vida e nos sentimos cansados de viver. Seria interessante que pensássemos um pouco a respeito do valor extraordinário da vida, do presente maravilhoso que é viver. Viver no mundo é experiência inigualável. A cada dia, durante vinte e quatro horas, se renovam as oportunidades de progresso e felicidade. Perceber que elas nos são colocadas, diariamente, para o aprendizado do amor, o exercício do bem e o crescimento individual, cabe a cada um. Comecemos observando o sol a despontar e pensemos que Deus está a nos brindar, neste dia, com a bênção da vida para que possamos, outra vez, experimentar o convívio com nossos irmãos, o aprendizado intelectual que nos engrandece e, especialmente, a chance de ser feliz.
A respeito disso, encontramos um belo poema de Gabriel Garcia Marquez que diz mais ou menos assim:
“Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente pensaria em tudo o que digo.
Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria quando os demais parassem. Acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e saborearia um bom sorvete.
Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse para derrete-lo. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes: “Te amo, te amo, te amo.”
Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado de amor. Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar pela vida.A uma criança lhe daria asas. Mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.
Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês, homens.
Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta, com sua pequena mão, pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre.
Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro, de cima para baixo, para ajudá-lo a levantar-se.”
São tantas as coisas que pude aprender com vocês. Ah! Se Deus me desse um pedaço de vida.
* * *
Sérgio Pereira/Kajaide
Orientador Espiritual
Ano de Yemanjá/Osalá/Ajelú
“Eu Sou! Eu Venço!”