10/08/2007
Extraido do Livro "O Homem dos dois Mundos".
Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
Ser pai, não ser pai ou não querer ser pai.
Essas três assertivas apesar de ter um denominador comum diferem entre si no comportamento.
Ao observarmos cada uma delas podemos claramente ver o homem que está por trás disso.
Ser pai é ter consciência que não é necessário ter consangüinidade biológica, mas sim abrir o coração para receber em seu seio uma alma encarnada para qual se compromete em ser o seu orientador. Saber que mesmo sendo filho carnal ou de coração ele não é propriedade sua, mas sim a expressão da vontade da VIDA para com ela mesma.
O pai consciente se destaca por uma infinidade de atitudes que o faz ser um verdadeiro pai. Por exemplo, esse pai sabe erguer o filho do chão quando cai, mas também o faz perceber que é caindo que se levanta. Ele ensina que a busca pelo conhecimento é um trabalho que vai trazer benefício para aquele que assim o quer e que não traça modelo de conduta, mas aponta aquelas condutas que não devem ser seguidas, que estimula o filho a fazer o melhor de acordo com o que já sabe. Esse tipo de pai não está só para colocar a mão no bolso e pagar as despesas ou dar tudo o que o filho quer, na verdade ele dá limites e mostrar que para se ter é necessário fazer por onde merecer. Esse pai é acima de tudo um amigo sempre presente, atento e amoroso.
Não ser pai é um outro aspecto do homem que é pai, mas que não cumpre com as suas obrigações como tal. Esse simplesmente recolheu o fruto de um momento de prazer. Ele sempre se acha na condição de merecer respeito e consideração por parte de sua prole, mas não dá o necessário para o sustento e dignidade de seus filhos. Esse tipo de pai passa a ser em verdade o irmão mais velho e rebelde, cheio de queixas, traumas e frustrações. Ele não é marido, mas filho problemático da própria mulher. Ele curte muito pouco os melhores momentos de pai, o seu egoísmo é muito grande, não deixa espaço para acompanhar o crescimento dos filhos. Quando se apercebe os filhos já estão grandes e ele não registrou a infância, pré-adolescência, adolescência, juventude e tudo o mais que advêm de um desenvolvimento normal do ser humano.
Existem aqueles que não querem ser pai. Isso não tem nada de errado. É um direito do homem a escolha de tal opção. É preferível não ser pai a ser um mau pai.
Muitos pensam que é por egoísmo que certos homens não querem essa missão, até pode ser, mas muitos, em verdade, não se sentem capaz de desenvolver tamanha tarefa. Outros pode não querer ser pais por uma infinidade de razões que justifiquem verdadeiramente essa opção, mas não deixam de dedicar parte de seu tempo aos cuidados com o filho alheio.
Portanto, pai não é aquele que deu a vida, mas sim aquele que cria, educa e se torna um verdadeiro amigo.
Sérgio Pereira / Babalorisá Kajaide d’Yemoja Ogunté
Orientador Espiritual do C.P.P.E. CARIDADE
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