quinta-feira, 11 de setembro de 2014

HISTÓRIA/ROMANCE DO CABOCLO JUNCO VERDE

 HISTÓRIA/ROMANCE

 

 

CABOCLO JUNCO VERDE


Aquele que vive sob as águas e sobre as árvores!

  A história do Caboclo Junco Verde. Mas, antes de relatar sua história, queremos esclarecer sobre a planta que originou seu nome. O junco cresce abundantemente em regiões alagadas, como o Mar Mediterâneo, o Nilo e o Amazonas. Na Amazônia o junco (Juncus effusus) é confundido com o cipó-titica (Heteropsis flexuosa) e no Nordeste, com o rattan ou vime. Apesar de possuirem similaridades após a extração, as plantas pertencem a famílias diferentes da flora e possuem desenvolvimentos bem distintos. Enquanto o junco cresce nos alagados, o cipó desenvolve-se em terra firme, nas florestas. Após a colheita, as fibras secas possuem semelhanças e por isso existe a confusão de nomes. Como as plantas, em seu habitat são totalmente distintas entre si, torna-se necessário essa explicação para elucidar o porquê de seu nome. Esclarecido esse ponto vamos a história.
Esse índio nasceu na Região da Amazônia, no século XV, onde hoje dividem-se os estados de Roraima e Amazonas, na Tribo dos Wapixana (do grupo Aruak). Eles eram a maior poupulação indígena do norte do Brasil, um povo pacífico que evitava a guerra. Durante séculos, sua tribo foi atacada diversas vezes por etnias de outras áreas, principalmente pelos Karibs. Para defender-se dos ataques, eles subiam nas árvores mais altas e lá permaneciam por dias. Possuíam muita agilidade para escalar cipós titicas e para ocultar-se dentro da água usando os juncos como esconderijo.
Desde criança ele gostava de se balançar nos cipós titicas e mergulhar no meio dos juncos dos algados. A tribo dizia: "Esse menino parece um Nhun Bituva, um Nhun Peri (junco verde), ora pendurado nas árvores, ora escondendo-se nos alagados." E assim, ele recebeu seu nome: Junco Verde (Nhum Peri Bituva). Ele sabia trançar as fibras e fazer cordas, com as quais laçava os tatetos e os jacarés; era ágil para subir em árvores, armar redes e emboscadas. Quando sua tribo era atacada, ele usava o laço em armadilhas diversas para evitar a aproximação do inimigo. E assim Junco Verde cresceu e tornou-se um exímio caçador e um grande guerreiro. Casou-se cedo com "Irupé" (que significa Vitória Régia na língua indígena); ela era filha do chefe da tribo e eles tiveram três filhos - dois meninos e uma menina.
Nhum Peri Bituva e Irupé foram muito felizes por quase quinze anos. Mas, como nada dura para sempre, sua tribo foi surpreendida durante a madrugada por um grupo de índios desconhecidos para eles, os Astecas. Os Astecas eram totalmente vorazes e organizados em suas empreitadas. Dominavam as tribos mais pacíficas, derrubavam tudo o que encontravam pelo caminho e escravizavam outros índios. Irupé viu seu marido e seus filhos serem levados para serem oferecidos ao Deus Sol. Ela e sua filha pereceram em solo Wapixana, após serem brutalmente atacadas. Durante a marcha para o Império do Sol dos Astecas, Nhum Peri conseguiu libertar seus filhos e ajudou-os a fugir para mata. Mas, seu sacrifício lhe custou a própria vida, pois foi ferido por uma lança e depois esquartejado. Seus pedaços serviram de alimento aos cães que acompanhavam a procissão indígena. Os filhos de Junco Verde conseguiram embrenhar-se nas matas e foram acolhidos por uma tribo Maiongong.
No Plano Espiritual, Irupé, Nhum Peri Bituva e a filha, encontraram-se no Reino de Jurema. Juntos eles viram uma nova terra florescer e outros povos chegarem. Tornaram-se acompanhantes espirituais dos índios que pereciam em combate contra a própria raça ou contra os homens brancos. Muitos anos passaram... Irupé reencarnou na Europa para viver uma nova experiência. A filha renasceu em solo brasileiro e tornou-se uma das primeiras mulheres abolucionistas do Brasil. Junco Verde permaneceu trabalhando na Jurema e auxiliando a Aruanda de todos os povos. Quando a Umbanda surgiu como religião, Junco Verde foi chamado a contribuir com seu conhecimento e sua dedicação.
Caboclo Junco Verde... Aquele que vive sob as águas e sobre as árvores! Esse caboclo nos procurou e contou sua história, pedindo-nos sua divulgação. Mas, antes de relatar sua história, queremos esclarecer sobre a planta que originou seu nome. O junco cresce abundantemente em regiões alagadas, como o Mar Mediterâneo, o Nilo e o Amazonas. Na Amazônia o junco (Juncus effusus) é confundido com o cipó-titica (Heteropsis flexuosa) e no Nordeste, com o rattan ou vime. Apesar de possuirem similaridades após a extração, as plantas pertencem a famílias diferentes da flora e possuem desenvolvimentos bem distintos. Enquanto o junco cresce nos alagados, o cipó desenvolve-se em terra firme, nas florestas. Após a colheita, as fibras secas possuem semelhanças e por isso existe a confusão de nomes. Como as plantas, em seu habitat são totalmente distintas entre si, torna-se necessário essa explicação para elucidar o porquê de seu nome. Esclarecido esse ponto vamos a história. Esse índio nasceu na Região da Amazônia, no século XV, onde hoje dividem-se os estados de Roraima e Amazonas, na Tribo dos Wapixana (do grupo Aruak). Eles eram a maior poupulação indígena do norte do Brasil, um povo pacífico que evitava a guerra. Durante séculos, sua tribo foi atacada diversas vezes por etnias de outras áreas, principalmente pelos Karibs. Para defender-se dos ataques, eles subiam nas árvores mais altas e lá permaneciam por dias. Possuíam muita agilidade para escalar cipós titicas e para ocultar-se dentro da água usando os juncos como esconderijo. Desde criança ele gostava de se balançar nos cipós titicas e mergulhar no meio dos juncos dos algados. A tribo dizia: "Esse menino parece um Nhun Bituva, um Nhun Peri (junco verde), ora pendurado nas árvores, ora escondendo-se nos alagados." E assim, ele recebeu seu nome: Junco Verde (Nhum Peri Bituva). Ele sabia trançar as fibras e fazer cordas, com as quais laçava os tatetos e os jacarés; era ágil para subir em árvores, armar redes e emboscadas. Quando sua tribo era atacada, ele usava o laço em armadilhas diversas para evitar a aproximação do inimigo. E assim Junco Verde cresceu e tornou-se um exímio caçador e um grande guerreiro. Casou-se cedo com "Irupé" (que significa Vitória Régia na língua indígena); ela era filha do chefe da tribo e eles tiveram três filhos - dois meninos e uma menina. Nhum Peri Bituva e Irupé foram muito felizes por quase quinze anos. Mas, como nada dura para sempre, sua tribo foi surpreendida durante a madrugada por um grupo de índios desconhecidos para eles, os Astecas. Os Astecas eram totalmente vorazes e organizados em suas empreitadas. Dominavam as tribos mais pacíficas, derrubavam tudo o que encontravam pelo caminho e escravizavam outros índios. Irupé viu seu marido e seus filhos serem levados para serem oferecidos ao Deus Sol. Ela e sua filha pereceram em solo Wapixana, após serem brutalmente atacadas. Durante a marcha para o Império do Sol dos Astecas, Nhum Peri conseguiu libertar seus filhos e ajudou-os a fugir para mata. Mas, seu sacrifício lhe custou a própria vida, pois foi ferido por uma lança e depois esquartejado. Seus pedaços serviram de alimento aos cães que acompanhavam a procissão indígena. Os filhos de Junco Verde conseguiram embrenhar-se nas matas e foram acolhidos por uma tribo Maiongong. No Plano Espiritual, Irupé, Nhum Peri Bituva e a filha, encontraram-se no Reino de Jurema. Juntos eles viram uma nova terra florescer e outros povos chegarem. Tornaram-se acompanhantes espirituais dos índios que pereciam em combate contra a própria raça ou contra os homens brancos. Muitos anos passaram... Irupé reencarnou na Europa para viver uma nova experiência. A filha renasceu em solo brasileiro e tornou-se uma das primeiras mulheres abolucionistas do Brasil. Junco Verde permaneceu trabalhando na Jurema e auxiliando a Aruanda de todos os povos. Quando a Umbanda surgiu como religião, Junco Verde foi chamado a contribuir com seu conhecimento e sua dedicação.

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