SÀNGÓ, O GRANDE REI DE ÓYÒ!
Dia 30 de Setembro também é data para comemoração do Orisá Sàngó.
Sàngó
Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e
respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro deus iorubano, por assim
dizer, que pisou em terras brasileiras. É, portanto, o principal tronco dos
candomblés do Brasil. Sàngó é o rei das pedreiras, Senhor dos coriscos e do
trovão, Pai de justiça e o Orixá da política. Guerreiro, bravo e
conquistador, Sàngó também é conhecido como o Orixá mais vaidoso, entre os
deuses masculinos africanos. É monarca por natureza e chamado pelo termo Oba,
que significa rei. E é o Orixá que reina em Oyó, na Nigéria, antiga capital
política daquele país. No dia a dia encontramos Sàngó nos fóruns, delegacias,
ministérios políticos. Encontramos Sàngó nas lideranças de sindicatos,
associações, movimentos políticos, nos partidos políticos, nas campanhas
políticas, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas
ou nos governos, de um modo geral. Sàngó é a ideologia, a decisão, a vontade,
a iniciativa. Sàngó é a rigidez, a organização, o trabalho, a discussão pela
melhora, o progresso cultural e social, a voz do povo, o levante, a vontade
de vencer. Sàngó é a capacidade de organizar e pôr em prática os projetos de
diferentes áreas, é a reunião de pessoas, para discutirem pontos e estratégias
de trabalho. Sàngó também é o sentido de realeza, a atitude imperial,
monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder
de liderança. Ele está presente nos trabalhos de jornalistas, escritores,
advogados, juízes, promotores, delegados, investigadores, deputados,
senadores, vereadores, sindicalistas, líderes comunitários, administradores,
etc. É o líder, o monarca, o reformador. Sàngó também é representado pela
pedreira. É a pedra – seja ela qual for – a rocha, o fogo interior da terra.
É a lava do vulcão e é o próprio vulcão. Está presente em todos os lugares
rochosos e arenosos e também muito ligado ao calor do sol. É o justiceiro da
Natureza, aquele que manda castigar e que também castiga. Sàngó está presente
em muitos momentos importantes de nossas vidas, como, por exemplo: na
assinatura de contratos e distratos, nos telegramas, nas leis e decretos, na
confecção de códigos, livros, almanaques, dicionários, nas decisões
judiciais, na voz da prisão, na autoridade do professor, do policial, do
juiz, do pai ou da mãe, tio, avô, irmão mais velho ou responsável. Sàngó é a
atitude digna, a fortaleza, a decisão final. Saudamos Sàngó no ribombar dos
trovões, pois ali está sua voz. Sentimos sua presença nos raios e nos
grandes incêndios, situações que, por sinal, são também regidas por
Iansã.
Sàngó rege a bravura, o senso justo e todo
elemento rochoso do mundo.
Sérgio Pereira/Kajaide
Orientador Espiritual
Ano de Obaluayê/Nàná/Lonã
"Paz e Bem!"
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