sábado, 7 de setembro de 2013

ESTAÇÕES DE PERDAS E GANHOS NA VIDA.

 
 
 
ESTAÇÕES DAS PERDAS E GANHOS NA VIDA.



Texto proferido na Sessão Mediúnica do dia 06/09/2013.



Sérgio Pereira, 06/09/2013.



Assim como as estações do ano primavera, verão, outono e inverno, também em nossa vida têm algumas estações, tais como, as estações dos ganhos e das perdas.

Por incrível que parece damos mais atenção e contabilizamos mais as perdas do que os ganhos.

Mas há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de um vazio que não sabemos explicar de onde vem.

Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido.

Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: As perdas do ser humano.

Inicialmente, ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero materno.

Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos.

Começamos a vida em perda e nela continuamos.

Mas paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem. Segue-se a Lei da Compensação.

Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo.

Ele nos acolhe, nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói...

E continuamos a perder... e seguimos a ganhar.

Perdemos primeiro a inocência da infância.

A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar dando os nossos primeiros passos, porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair...

E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar.

Por quê? Perguntamos.

Na verdade abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, que irremediavelmente vão sendo deixadas para trás, porque, avançamos no tempo e no espaço.

Estamos crescendo.

Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer, renascer assim é a vida.

Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros.

Se perdemos o direito de poder chorar bem alto quando adultos, aos gritos mesmo, como quando éramos criança, ganhamos o controle das nossas emoções.

Se na fase adulta não dizemos absolutamente tudo que nos passa pela cabeça, já na fase da terceira idade podemos dizer o que realmente pensamos, a idade nos dá essa chancela.

Os estágios vão se sucedendo conforme vamos vivendo.

E de um jeito ou de outro aprendemos, ou seja, se não é pelo amor aprendemos pela dor Isso vai depender exclusivamente de nós.

E vamos adolescendo... Esta é uma fase conflitante, ganhamos peso, ganhamos seios, ganhamos pelos, ganhamos altura... mas também ganhamos o mundo.

Um mundo que nos parece inadequado aos nossos sonhos...Um mundo que não nos entende. Mas temos nossos sonhos. Respeite os meus sonhos, gritamos....

Ah! Os sonhos!

Ganhamos muitos sonhos.

Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo. Somos rebeldes com ou sem causa, quase sempre sem coisa alguma.

Aí de repente, caímos na real! Passamos para outra estação da nossa vida.

Estamos amadurecendo...

Passamos para a Estação adulta. Todos nos admiram ou nem tanto.

Temos que ser equilibrados, contidos, ponderados.

Perdemos a espontaneidade.

Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo.

Nos dizem que é justamente essa a condição que nos coloca acima dos outros animais.

A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado. Isso é o humano normal.

E continuamos amadurecendo...

E com isso não deixamos de perder e ganhar.

Ganhamos um carro novo; um compromisso afetivo com alguém; ganhamos um diploma.

E desgraçadamente esquecemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e por ai a fora...

Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e lhe estalamos aquele beijo sincero... agora apertamos as mãos de todos, ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e até a chave da cidade...

E assim, vamos ganhando tempo... enquanto envelhecemos. Novamente entramos em uma nova Estação.

De repente, percebemos que o tempo é implacável ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso... e perdemos cabelos.

A Lei da Gravidade empurra tudo para baixo, até a nossa pele. Essa começa a sobrar.

Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, deixamos de sorrir... e alguns perdem a esperança.

Estamos na velhicitude. Que pode ser boa ou nem tanto dependendo da forma como nos preparamos para esse tempo.

O certo e não deixar de fazer algo em nenhuma das estações, muito menos nesta, afinal, já possuímos uma bagagem de vivências para saber fazer o perdão a si próprio, compreender que as perdas fazem parte da nossa vida, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e, felizmente, chove, faz frio, há dias cinzentos, mas que a primavera sempre chega após o inverno, e depois dela o verão e depois deste o outono e assim sucessivamente um necessitando do outro . A vida não para ou espera por nós.

Que a gente cresça e não envelheça simplesmente.

Que tenhamos dores nas costas, mas que tenhamos sempre alguém que as massageie.

Que tenhamos rugas e também bons cremes e boas lembranças. A cirurgia plástica é uma realidade.

Que tenhamos juízo, mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia e muita alegria.

Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos em todas as estações da vida.

E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que se saibam amados.

Afinal, a gente não morre só passamos para outras estações da vida.



Sérgio Pereira/Kajaide
Orientador Espiritual
Ano de Obaluayê/Nàna/Lonã
"Paz e Bem!"

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