AS SETE LÁGRIMAS
DE UM PRETO VELHO
Texto proferido na Sessão Mediúnica Festiva em Homenagem aos Pretos e Pretas Velhas, em 25/05/2012.
Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste Preto Velho chorava.
De seus “olhos” molhados, furtivas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque contei-as....Foram sete.
Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei: “Fala, meu Preto Velho, diz ao teu filho porque extremas assim uma tão visível dor?”.
E ele, suavemente respondeu: “Filho, já deves ter notado multidão de pessoas que entram e saem dos templos, igrejas, centros espíritas, casas espiritualistas e tantos outros lugares que falam e fazem algo e nome de Deus? Pois é meu filho, as lágrimas contadas por ti estão distribuídas a cada uma delas.
A PRIMEIRA LÁGRIMA eu dei aos indiferentes, que vão em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber.
A SEGUNDA LÁGRIMA é para os eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.
A TERCEIRA LÁGRIMA distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.
A QUARTA LÁGRIMA, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
A QUINTA LÁGRIMA, bem, esta chega suave, tem o riso, o elogio da flor nos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na Umbanda, nos teus Caboclos, nos teus Pretos Velhos, nos teus Esús, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo. E se nada eu obtiver vou fazer critica contra esse grupo.
A SEXTA LÁGRIMA, essa eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro, de religião em religião, indo de cartomante aos Ufólogos, na verdade não acreditando em nada, apenas buscam aconchêgos e conchavos e seus olhos revelam um indisfarsável interesse em tirar proveito de tudo e de todos.
A SÉTIMA LÁGRIMA, bem, notas como foi grande e como deslizou pesada? Sim, foi a última lágrima, aquela que vive nos “olhos” de todos os Orisás. Fiz doação dela aos médiuns vaidosos, que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam às doutrinas. Esquecem, que existem tantos irmãos encarnados precisando de amparo material e espiritual e muito mais irmãos na espiritualidade precisando de caridade.
Assim sendo, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO!
SARAVÁ!
Sérgio Pereira/Kajaide
Orientador Espiritual
Ano de Yemanjá/Osalá/Ajelú
"Eu Sou! Eu Venço!"
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