O
ESPIRITISMO É CIÊNCIA?
Pelo Sr.
C. FLAMMARION
Quando o
Sr. vice-presidente da Sociedade, sobre a tumba do mestre, dissera, assim, a
prece pelos mortos e testemunhou, em nome da Sociedade, os sentimentos de pesar
que acompanham o Sr. Allan Kardec em sua partida desta vida, o Sr. Camille
Flammarion pronunciou o discurso que vamos reproduzir em parte. De pé, numa elevação da qual dominava a assembléia, o Sr. Flammarion pôde fazer ouvir a todos e afirmar publicamente a realidade dos fatos espíritas, seu interesse geral na ciência e sua
importância futura. Esse discurso não é somente um esboço do caráter do Sr. Allan Kardec e do papel de seus trabalhos no movimento contemporâneo, mas ainda e sobretudo uma exposição da situação atual das ciências físicas, do ponto de vista do mundo invisível, das forças naturais desconhecidas, da existência da alma e de sua indestrutibilidade.
Falta-nos lugar para dar in extenso o discurso do Sr. Flammarion; eis o que se liga diretamente ao Sr. Allan Kardec e ao Espiritismo, considerado em si mesmo. ( O discurso inteiro está publicado em brochura.)
"SENHORES,
"Em atendendo, com deferência, ao convite simpático dos amigos do pensador laborioso, cujo corpo terrestre jaz agora aos nossos pés, lembro-me de uma sombria jornada do mês de dezembro de 1865. Eu pronunciava, então, supremas palavras de adeus sobre a tumba do fundador da Livraria acadêmica, do honorável Didier, que foi, como editor, o colaborador convicto de Allan Kardec na publicação das obras fundamentais de uma doutrina que lhe era cara, e que morreu subitamente também, como se o céu quisesse poupar, a esses dois espíritos íntegros o embaraço filosófico de sair desta vida, por um caminho diferente do caminho comumente recebido. A mesma reflexão se aplica à morte de nosso antigo colega Jobard, de Bruxelas.
Flammarion pronunciou o discurso que vamos reproduzir em parte. De pé, numa elevação da qual dominava a assembléia, o Sr. Flammarion pôde fazer ouvir a todos e afirmar publicamente a realidade dos fatos espíritas, seu interesse geral na ciência e sua
importância futura. Esse discurso não é somente um esboço do caráter do Sr. Allan Kardec e do papel de seus trabalhos no movimento contemporâneo, mas ainda e sobretudo uma exposição da situação atual das ciências físicas, do ponto de vista do mundo invisível, das forças naturais desconhecidas, da existência da alma e de sua indestrutibilidade.
Falta-nos lugar para dar in extenso o discurso do Sr. Flammarion; eis o que se liga diretamente ao Sr. Allan Kardec e ao Espiritismo, considerado em si mesmo. ( O discurso inteiro está publicado em brochura.)
"SENHORES,
"Em atendendo, com deferência, ao convite simpático dos amigos do pensador laborioso, cujo corpo terrestre jaz agora aos nossos pés, lembro-me de uma sombria jornada do mês de dezembro de 1865. Eu pronunciava, então, supremas palavras de adeus sobre a tumba do fundador da Livraria acadêmica, do honorável Didier, que foi, como editor, o colaborador convicto de Allan Kardec na publicação das obras fundamentais de uma doutrina que lhe era cara, e que morreu subitamente também, como se o céu quisesse poupar, a esses dois espíritos íntegros o embaraço filosófico de sair desta vida, por um caminho diferente do caminho comumente recebido. A mesma reflexão se aplica à morte de nosso antigo colega Jobard, de Bruxelas.
"Hoje
minha tarefa é maior ainda, porque eu gostaria de poder representarão
pensamento daqueles que me ouvem, e aos milhões de homens que, na Europa
inteira e no novo mundo, se ocuparam do problema ainda misterioso dos fenômenos
ditos
espíritas; — eu gostaria, digo, poder lhes representar o interesse científico e o futuro filosófico do estudo desses fenômenos (aos quais se entregaram, como ninguém o ignora, homens eminentes entres nossos contemporâneos.) Eu gosta ria de vos fazer entrever quais horizontes desconhecidos o pensamento humano verá se abrir diante de si, à medida que ele estenda o seu conhecimento positivo das forças naturais em ação ao nosso redor; mostrar-lhes que tais constatações são o antídoto mais eficaz da lepra do ateísmo, que parece atacar particularmente a nossa época de transição, e testemunhar, enfim, publicamente aqui, do eminente serviço que o autor de O Livro dos Espíritos
prestou à filosofia, e em chamando a atenção e à discussão sobre fatos que, até então, pertenciam ao domínio mórbido e funesto das superstições religiosas.
"Seria, com efeito, um ato importante ode estabelecer aqui, diante desta tumba eloqüente, que o exame metódico dos fenômenos chamados erradamente sobrenaturais, longe de renovar o espírito supersticioso e de enfraquecer a energia da razão, ao contra rio, afasta os erros e as ilusões da ignorância, e serve melhoro progresso do que a negação ilegítima daqueles que não querem se dar ao trabalho de ver.
"Mas não é aqui o lugar de abrir uma arena à discussão desrespeitosa. Deixamos somente descer de nossos pensamentos, sobre a face impassível do homem deitado
diante de nós, os testemunhos de afeição e os sentimentos de pesar, que permanecem ao seu redor em seu túmulo, como um embalsamamento do coração! E, uma vez que sabemos que a sua alma eterna sobrevive a esse despojo mortal como ela o preexistiu;
uma vez que sabemos que laços indestrutíveis ligam o nosso mundo visível ao mundo invisível; uma vez que esta alma existe hoje tão bem quanto há três dias, e que não é impossível que ela não se ache atualmente aqui diante de mim, dizemos que não
quisemos ver se dissipar a sua imagem corpórea e encerrá-lo em seu sepulcro, sem honrar unanimemente seus trabalhos e sua memória, sem pagar um tributo de reconhecimento à sua encarnação terrestre, tão útil e tão dignamente cumprida.
"Traçarei primeiro, num esboço rápido, as linhas principais de sua carreira literária.
"Morto com a idade de sessenta e cinco anos, Allan Kardec tinha consagrado a primeira parte de sua vida a escrever obras clássicas, destinadas sobretudo ao uso dos preceptores da juventude. Quando, por volta de 1850, as manifestações em aparência novas das mesas girantes, das pancadas sem causa ostensiva, dos movimentos insólitos dos objetos e dos móveis, começaram a atrair a atenção pública e determinar mesmo,
nas imaginações aventureiras, uma espécie de febre devida à novidade dessas experiências, Allan Kardec, estudando ao mesmo tempo o magnetismo e seus efeitos estranhos, seguiu com a maior paciência e uma judiciosa clarividência as experiências e as tentativas tão numerosas feitas então em Paris. Ele recolheu e colocou em ordem os resultados obtidos por essa longa observação, e com eles compôs o corpo de doutrina
publicado em 1857, na primeira edição de O Livro dos Espíritos. Todos sabeis que sucesso acolheu esta obra, na França e no estrangeiro.
"Chegado hoje à sua 16a edição, ele difundiu em todas as classes, esse corpo de doutrina elementar, que não é novo em sua essência, uma vez que a escola de Pitágoras, na Grécia, e a dos druidas em nossa própria Gália, ensinavam os seus princípios, mas que revelava uma verdadeira forma de atualidade por sua correspondência com os fenômenos.
"Depois dessa primeira obra, apareceram, sucessivamente:
O Livro dos Médiuns ou Espiritismo experimental — O que é o Espiritismo? resumo sob forma de perguntas e de
respostas; — O Evangelho segundo o Espiritismo; — O Céu e o Inferno; — A Gênese; e a morte veio surpreendê-lo no momento em que, em sua atividade infatigável, ele trabalhava numa obra sobre as relações do magnetismo e do Espiritismo.
espíritas; — eu gostaria, digo, poder lhes representar o interesse científico e o futuro filosófico do estudo desses fenômenos (aos quais se entregaram, como ninguém o ignora, homens eminentes entres nossos contemporâneos.) Eu gosta ria de vos fazer entrever quais horizontes desconhecidos o pensamento humano verá se abrir diante de si, à medida que ele estenda o seu conhecimento positivo das forças naturais em ação ao nosso redor; mostrar-lhes que tais constatações são o antídoto mais eficaz da lepra do ateísmo, que parece atacar particularmente a nossa época de transição, e testemunhar, enfim, publicamente aqui, do eminente serviço que o autor de O Livro dos Espíritos
prestou à filosofia, e em chamando a atenção e à discussão sobre fatos que, até então, pertenciam ao domínio mórbido e funesto das superstições religiosas.
"Seria, com efeito, um ato importante ode estabelecer aqui, diante desta tumba eloqüente, que o exame metódico dos fenômenos chamados erradamente sobrenaturais, longe de renovar o espírito supersticioso e de enfraquecer a energia da razão, ao contra rio, afasta os erros e as ilusões da ignorância, e serve melhoro progresso do que a negação ilegítima daqueles que não querem se dar ao trabalho de ver.
"Mas não é aqui o lugar de abrir uma arena à discussão desrespeitosa. Deixamos somente descer de nossos pensamentos, sobre a face impassível do homem deitado
diante de nós, os testemunhos de afeição e os sentimentos de pesar, que permanecem ao seu redor em seu túmulo, como um embalsamamento do coração! E, uma vez que sabemos que a sua alma eterna sobrevive a esse despojo mortal como ela o preexistiu;
uma vez que sabemos que laços indestrutíveis ligam o nosso mundo visível ao mundo invisível; uma vez que esta alma existe hoje tão bem quanto há três dias, e que não é impossível que ela não se ache atualmente aqui diante de mim, dizemos que não
quisemos ver se dissipar a sua imagem corpórea e encerrá-lo em seu sepulcro, sem honrar unanimemente seus trabalhos e sua memória, sem pagar um tributo de reconhecimento à sua encarnação terrestre, tão útil e tão dignamente cumprida.
"Traçarei primeiro, num esboço rápido, as linhas principais de sua carreira literária.
"Morto com a idade de sessenta e cinco anos, Allan Kardec tinha consagrado a primeira parte de sua vida a escrever obras clássicas, destinadas sobretudo ao uso dos preceptores da juventude. Quando, por volta de 1850, as manifestações em aparência novas das mesas girantes, das pancadas sem causa ostensiva, dos movimentos insólitos dos objetos e dos móveis, começaram a atrair a atenção pública e determinar mesmo,
nas imaginações aventureiras, uma espécie de febre devida à novidade dessas experiências, Allan Kardec, estudando ao mesmo tempo o magnetismo e seus efeitos estranhos, seguiu com a maior paciência e uma judiciosa clarividência as experiências e as tentativas tão numerosas feitas então em Paris. Ele recolheu e colocou em ordem os resultados obtidos por essa longa observação, e com eles compôs o corpo de doutrina
publicado em 1857, na primeira edição de O Livro dos Espíritos. Todos sabeis que sucesso acolheu esta obra, na França e no estrangeiro.
"Chegado hoje à sua 16a edição, ele difundiu em todas as classes, esse corpo de doutrina elementar, que não é novo em sua essência, uma vez que a escola de Pitágoras, na Grécia, e a dos druidas em nossa própria Gália, ensinavam os seus princípios, mas que revelava uma verdadeira forma de atualidade por sua correspondência com os fenômenos.
"Depois dessa primeira obra, apareceram, sucessivamente:
O Livro dos Médiuns ou Espiritismo experimental — O que é o Espiritismo? resumo sob forma de perguntas e de
respostas; — O Evangelho segundo o Espiritismo; — O Céu e o Inferno; — A Gênese; e a morte veio surpreendê-lo no momento em que, em sua atividade infatigável, ele trabalhava numa obra sobre as relações do magnetismo e do Espiritismo.
"Para
a Revista Espírita e a Sociedade de Paris, da qual era presidente, ele havia se
constituído, de alguma sorte, o centro onde tudo chegava, o traço de união de
todos os experimentadores. Há alguns meses, sentindo seu fim próximo, preparou
as condições de vitalidade desses mesmos estudos depois de sua morte, e
estabeleceu a Comissão central que o sucede.
"Ele levantou as rivalidades; fez escola sob uma forma um pouco pessoal; há ainda alguma divisão entre os "espiritualistas" e os "espíritas." Doravante, senhores, (tal é pelo menos o voto dos amigos da verdade), devemos estar todos reunidos por uma
solidariedade confraternal, pelos mesmos esforços para a elucidação do problema, pelo desejo geral e impessoal da verdade e do bem. Quantos corações foram consolados, de início, por esta crença religiosa! Quantas lágrimas foram secadas! Quantas consciências abertas aos raios da beleza espiritual!
Todo o mundo não é feliz neste mundo. Muitas aflições foram dilaceradas! Muitas almas adormeceram pelo ceticismo. Não será, pois, nada ter conduzido ao espiritualismo tanto seres que flutuavam na dúvida e que não amavam mais a vida nem física, nem intelectual?
"Allan Kardec era o que eu chamaria simplesmente "o bom senso encarnado."
Razão reta e judiciosa, ele aplicava, sem esquecimento de sua obra permanente, as indicações íntimas do senso comum. Não está aí uma menor qualidade, na ordem de coisas que nos ocupa. Era, pode-se afirmá-lo, a primeira de todas e a mais preciosa, sem a qual a obra não teria podido tornar-se popular nem lançar as suas imensas raízes no mundo. A maioria daqueles que se entregaram a esses estudos, lembraram-se haver sido em sua juventude, ou em circunstâncias especiais, elas mesmas testemunhas de manifestações inexplicadas; há poucas famílias que não hajam observado em sua história
testemunhos dessa ordem. O primeiro ponto era de aplicar a razão firme do simples bom senso, e de examiná-las segundo os princípios do método positivo.
"Como o próprio organizador desse estudo lento e difícil o previu, essa doutrina até então filosófica, deve entrar agora em seu período científico. Os fenômenos físicos, sobre os quais não se insistiu de inicio, devem se tornar o objeto da crítica experimental, sem a qual nenhuma constatação séria é possível. Este método experimental, ao qual devemos a glória do progresso moderno e as maravilhas da eletricidade e do vapor, este método deve tirar os fenômenos da ordem ainda misteriosa, à qual assistimos, dissecá-los, medi-los e defini-los.
"Porque, senhores, o Espiritismo não é uma religião, mas uma ciência, ciência da qual conhecemos apenas o a d c. O tempo dos dogmas acabou. A Natureza abarca o universo, e o próprio Deus que se fez outrora à imagem do homem, não pode ser
considerado pela metafísica moderna senão como um Espírito na Natureza. O sobrenatural não existe. As manifestações obtidas por intermédio dos médiuns, como as do magnetismo e do sonambulismo, são da ordem natural, e devem ser severamente
submetidas ao controle da experiência. Não há mais milagres. Assistimos à aurora de uma ciência desconhecida. Quem poderia prever a que conseqüências conduziria, no mundo do pensamento, o estudo positivo desta psicologia nova?
"A ciência rege o mundo doravante; e, senhores, não será estranho a este discurso fúnebre, observar sua obra atual e as induções novas que ela nos descobre, precisamente do ponto de vista de nossas pesquisas."
"Ele levantou as rivalidades; fez escola sob uma forma um pouco pessoal; há ainda alguma divisão entre os "espiritualistas" e os "espíritas." Doravante, senhores, (tal é pelo menos o voto dos amigos da verdade), devemos estar todos reunidos por uma
solidariedade confraternal, pelos mesmos esforços para a elucidação do problema, pelo desejo geral e impessoal da verdade e do bem. Quantos corações foram consolados, de início, por esta crença religiosa! Quantas lágrimas foram secadas! Quantas consciências abertas aos raios da beleza espiritual!
Todo o mundo não é feliz neste mundo. Muitas aflições foram dilaceradas! Muitas almas adormeceram pelo ceticismo. Não será, pois, nada ter conduzido ao espiritualismo tanto seres que flutuavam na dúvida e que não amavam mais a vida nem física, nem intelectual?
"Allan Kardec era o que eu chamaria simplesmente "o bom senso encarnado."
Razão reta e judiciosa, ele aplicava, sem esquecimento de sua obra permanente, as indicações íntimas do senso comum. Não está aí uma menor qualidade, na ordem de coisas que nos ocupa. Era, pode-se afirmá-lo, a primeira de todas e a mais preciosa, sem a qual a obra não teria podido tornar-se popular nem lançar as suas imensas raízes no mundo. A maioria daqueles que se entregaram a esses estudos, lembraram-se haver sido em sua juventude, ou em circunstâncias especiais, elas mesmas testemunhas de manifestações inexplicadas; há poucas famílias que não hajam observado em sua história
testemunhos dessa ordem. O primeiro ponto era de aplicar a razão firme do simples bom senso, e de examiná-las segundo os princípios do método positivo.
"Como o próprio organizador desse estudo lento e difícil o previu, essa doutrina até então filosófica, deve entrar agora em seu período científico. Os fenômenos físicos, sobre os quais não se insistiu de inicio, devem se tornar o objeto da crítica experimental, sem a qual nenhuma constatação séria é possível. Este método experimental, ao qual devemos a glória do progresso moderno e as maravilhas da eletricidade e do vapor, este método deve tirar os fenômenos da ordem ainda misteriosa, à qual assistimos, dissecá-los, medi-los e defini-los.
"Porque, senhores, o Espiritismo não é uma religião, mas uma ciência, ciência da qual conhecemos apenas o a d c. O tempo dos dogmas acabou. A Natureza abarca o universo, e o próprio Deus que se fez outrora à imagem do homem, não pode ser
considerado pela metafísica moderna senão como um Espírito na Natureza. O sobrenatural não existe. As manifestações obtidas por intermédio dos médiuns, como as do magnetismo e do sonambulismo, são da ordem natural, e devem ser severamente
submetidas ao controle da experiência. Não há mais milagres. Assistimos à aurora de uma ciência desconhecida. Quem poderia prever a que conseqüências conduziria, no mundo do pensamento, o estudo positivo desta psicologia nova?
"A ciência rege o mundo doravante; e, senhores, não será estranho a este discurso fúnebre, observar sua obra atual e as induções novas que ela nos descobre, precisamente do ponto de vista de nossas pesquisas."
Aqui, o
Sr. Flammarion entra na parte científica de seu discurso.
Ele expõe
o atual estado da astronomia e o da física, desenvolvendo particularmente as
descobertas relativas à análise recente do espectro solar. Resulta dessas
descobertas que não vemos quase nada do que se passa ao nosso redor na
Natureza. Os raios caloríficos, que evaporam a água, formam as nuvens, causam
os ventos, as correntes, organizam a vida do globo, são invisíveis para a nossa
retina. Os raios químicos que regem os movimentos das plantas e as
transformações químicas do mundo inorgânico são igualmente invisíveis.
A ciência contemporânea autoriza, pois, os objetivos revelados pelo Espiritismo, e nos abre, de seu lado, um mundo invisível real, cujo conhecimento não pode senão nos esclarecer sobre o modo de produção dos fenômenos espíritas.
O jovem astrônomo apresentou em seguida o quadro das metamorfoses, do qual resulta que a existência e a imortalidade da alma se revelam pelas próprias leis da vida.
Não podemos entrar aqui nessa exposição, mas convidamos vivamente nossos irmãos em doutrina a lerem e a estudarem o discurso do Sr. Flammarion em seu todo. O discurso pronunciado sobre a tumba do Sr Allan Kardec acaba de ser impresso. Ele forma uma brochura de páginas, no formato de O Livro dos Espíritos Na livraria espirita preço: 50 centavos de franco: para
recebê-lo, basta enviar esta quantia em estampilhas. Na livraria, 40 centavos; por dúzia, 4 fr. 75 franco.
Depois de sua exposição científica, o autor a terminou como segue:
"Que aqueles cuja visão está limitada pelo orgulho ou pelo preconceito não compreendem esses ansiosos desejos de nossos pensamentos ávidos de conhecer; que lancem sobre esse gênero de estudos o sarcasmo ou o anátema! Nós elevamos mais alto as nossas contemplações!... Tu fostes o primeiro, ó mestre e amigo! fostes o primeiro que, desde o início de minha carreira astronômica, testemunhou uma viva simpatia por minhas deduções relativas às Humanidades celestes; porque, tomando em mão o livro da Pluralidade dos mundos habitados, o colocaste em seguida à base do edifício doutrinário que sonhavas.
Muito freqüentemente, nos entretemos juntos sobre essa vida celeste e misteriosa. Agora, ó alma, sais para uma visão direta, em que consiste essa vida espiritual, à qual retornaremos todos, e de que nos esquecemos durante esta existência.
"Agora, retornaste a esse mundo de onde viemos, e recolhes o fruto de teus estudos terrestres. Teu envoltório dorme aos nossos pés, teu cérebro está aniquilado, teus olhos estão fechados para não mais se abrirem, tua palavra não se fará mais ouvir!... Sabemos que todos chegaremos a esse mesmo último sono, à mesma inércia, ao mesmo pó. Mas não é neste envoltório que colocamos a nossa glória e a nossa esperança. O corpo tomba, a alma permanece e retorna ao espaço. Nós nos reencontraremos num mundo melhor, e no céu imenso onde se exercitarão as nossas faculdades mais poderosas,
continuaremos os estudos que não tinham sobre a Terra senão um teatro muito estreito para contê-los. Gostamos mais de saber esta verdade, do que de crer que jazes por inteiro neste cadáver e que tua alma haja sido destruída pela cessação do jogo de um órgão. A imortalidade é a luz da vida, como esse brilhante sol é a luz da Natureza.
"Até breve, meu caro Allan Kardec, até breve."
A ciência contemporânea autoriza, pois, os objetivos revelados pelo Espiritismo, e nos abre, de seu lado, um mundo invisível real, cujo conhecimento não pode senão nos esclarecer sobre o modo de produção dos fenômenos espíritas.
O jovem astrônomo apresentou em seguida o quadro das metamorfoses, do qual resulta que a existência e a imortalidade da alma se revelam pelas próprias leis da vida.
Não podemos entrar aqui nessa exposição, mas convidamos vivamente nossos irmãos em doutrina a lerem e a estudarem o discurso do Sr. Flammarion em seu todo. O discurso pronunciado sobre a tumba do Sr Allan Kardec acaba de ser impresso. Ele forma uma brochura de páginas, no formato de O Livro dos Espíritos Na livraria espirita preço: 50 centavos de franco: para
recebê-lo, basta enviar esta quantia em estampilhas. Na livraria, 40 centavos; por dúzia, 4 fr. 75 franco.
Depois de sua exposição científica, o autor a terminou como segue:
"Que aqueles cuja visão está limitada pelo orgulho ou pelo preconceito não compreendem esses ansiosos desejos de nossos pensamentos ávidos de conhecer; que lancem sobre esse gênero de estudos o sarcasmo ou o anátema! Nós elevamos mais alto as nossas contemplações!... Tu fostes o primeiro, ó mestre e amigo! fostes o primeiro que, desde o início de minha carreira astronômica, testemunhou uma viva simpatia por minhas deduções relativas às Humanidades celestes; porque, tomando em mão o livro da Pluralidade dos mundos habitados, o colocaste em seguida à base do edifício doutrinário que sonhavas.
Muito freqüentemente, nos entretemos juntos sobre essa vida celeste e misteriosa. Agora, ó alma, sais para uma visão direta, em que consiste essa vida espiritual, à qual retornaremos todos, e de que nos esquecemos durante esta existência.
"Agora, retornaste a esse mundo de onde viemos, e recolhes o fruto de teus estudos terrestres. Teu envoltório dorme aos nossos pés, teu cérebro está aniquilado, teus olhos estão fechados para não mais se abrirem, tua palavra não se fará mais ouvir!... Sabemos que todos chegaremos a esse mesmo último sono, à mesma inércia, ao mesmo pó. Mas não é neste envoltório que colocamos a nossa glória e a nossa esperança. O corpo tomba, a alma permanece e retorna ao espaço. Nós nos reencontraremos num mundo melhor, e no céu imenso onde se exercitarão as nossas faculdades mais poderosas,
continuaremos os estudos que não tinham sobre a Terra senão um teatro muito estreito para contê-los. Gostamos mais de saber esta verdade, do que de crer que jazes por inteiro neste cadáver e que tua alma haja sido destruída pela cessação do jogo de um órgão. A imortalidade é a luz da vida, como esse brilhante sol é a luz da Natureza.
"Até breve, meu caro Allan Kardec, até breve."
ORIENTADOR ESPIRITUAL
ANO DE ÒGUN E YEMANJÁ
"EU FAÇO!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário