UM
POUCO DA HISTÓRIA DE JOÃO, O BATISTA.
Sérgio Pereira,
17/06/2014.
Dia 24 de junho o mundo
cristão comemora o dia de São João Batista.
Para a Teologia Cristã não é
interessante que o Jesus Divino, nascido de uma virgem, e que subiu aos
céus com corpo e tudo, venha a ter irmãos. Graças a isto, São Jerônimo foi
um dos primeiros responsáveis a substituir os "irmãos", por
"primos".
sabe-se, pelo estudo da sociedade à época, que apesar da mão de obra de
trabalhadores livres ser facilmente encontrada nas praças dos pequenos burgos e
vilarejos, as mulheres reproduziam muitos filhos e filhas e estes terminavam
por ajudar nas atividades do pastoreio, da pesca, do plantio, da colheita e da
construção civil.
Uma das teorias criadas pela Igreja foi a de colocar os irmãos de Jesus, como meio-irmãos por parte de pai, tecendo a bela estória de que José era viúvo e trouxera para o casamento com Maria, os seus filhos.
Uma das teorias criadas pela Igreja foi a de colocar os irmãos de Jesus, como meio-irmãos por parte de pai, tecendo a bela estória de que José era viúvo e trouxera para o casamento com Maria, os seus filhos.
Segundo a narrativa bíblica, em Lucas 1,v36, Maria
tinha uma "parenta" de nome Isabel, e depois, mais uma vez, a
Igreja resolveu dizer que ela era prima de Maria.
Bem, essa Isabel era casada com Zacarias e ambos já
eram avançados em idade e nunca tiveram filhos. Acontece que Zacarias recebeu a
visita de Gabriel, sim, o próprio Arcanjo que lhe diz que será pai.
A criança recebeu o nome de Iohanân, ou como a conhecem os
ocidentais cristãos, João, o Batista. O sentido mais exato
seria chamá-lo de João, "o imersor", ou "o que
mergulha", pois segundo os evangelhos
ele mergulhava os judeus nas águas do rio Jordão. O batismo é um
arranjo posterior para fidelizar aqueles que deverão ir para o céu. O
ritual dos mergulhos era um simbolismo de purificação, muito comum
entre os judeus.
Segundo as escrituras, João seria o antecessor do
Messias. Em verdade, ele poderia ser considerado o próprio Messias. O
discurso político, religioso, crítico e diferenciado fez com que o
povo logo fosse envolvido por seu carisma. Trazia, também, os
dons proféticos necessários à aceitação social, ao lado de uma
mensagem essencialmente escatológica e messiânica.
A maneira de se vestir semelhante a de
Eliyahou (Elias), a alimentação à base de gafanhotos, inseto rico em
vitaminas e até hoje preferido por muitos árabes, sua postura asceta
e os rituais de banho fazem com que o confundamos com um essênio, mas o seu
destaque é no verbo quente e livre.
O encontro dele com Jesus, provavelmente não se deu pela primeira vez
no rio Jordão. Ao que tudo indica, quando analisado e comparado o discurso de
João com o de Jesus, bem como o estilo de vida simples, muitos
estudiosos defendem a tese de que Jesus já deveria fazer parte do grupo do
"imersor". Além do que, João era muito famoso!
Mas seguindo a História através de pesquisadores sérios, podemos observar
que o São João que conhecemos nada tem haver com o filho de Isabel e
Zacarias.
Como sempre, a religião e seus mitos escondem
mais verdades do que possa conceber a própria História. Porém, há uma verdade
além do mito e que se encontra no homem fascinante que foi João, "o
imersor". O seu grande desejo de transformar a realidade humana para
melhor. Ao mergulhar a pessoa nas águas ele bradava: “arrependei-vos!”. A
sua crença no homem e em sua possibilidade de reavaliar a
trajetória, abandonando os atalhos, a fim de regressar a sua essência. E foi em
nome deste ideal que ele pagou com a própria vida! João foi preso na
fortaleza de Maqueronte por ordem de Herodes Antipas, filho de Herodes, o
Grande, que se sentia ameaçado com suas palavras (mas isso é outra história que
você deve pesquisar) e, sem qualquer
julgamento, João foi decaptado.
Sérgio Pereira/Kajaide
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