AMADURECIMENTO DO SER
Texto proferido na sessão mediúnica de 04/07/2008.
Depois de certa idade é bom a gente contar os anos, porque assim descobre que se tem menos tempo para viver dali para a frente.
E se tiver uma cabeça boa e gostar de si vai procurar aproveitar o tempo que resta.
Fazendo um paralelo com a história da menina que ganhou uma bacia de jaboticabas. As primeiras ela chupou displicentemente, mas percebendo que faltavam poucas, começou a roer até o caraço.
Na idade madura já não se tem tempo para lidar com mediocridades. Não se quer estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Não toleramos mais gabolices. Inquietamos-nos com os invejosos que tentam destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, seus status, seus talentos e sorte.
Já não se tem tempo para projetos megalomaníacos. Compras de apartamentos na planta, morar em condomínios que estão apenas em projetos e por ai afora.
Não se quer mais participar de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter à miséria do mundo. Não queremos receber convite para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o século, quanto mais abalar o milênio.
Já não nos sobra tempo para ser gasto em reuniões intermináveis onde se discute estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos de organizações que não tem nada de organizado a não ser a palavra escrita no papel.
Também, não se tem tempo para administrar melindres de pessoas obtusas a quem servimos, damos o nosso carinho, a nossa gentileza, pois, apesar da idade cronológica continuam imaturos, querendo sempre receber mais e se doar menos.
Não queremos ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontações”, onde “tiramos fatos a limpo”. Já foi esse tempo. Detestamos fazer acareações de desafetos que brigam pelo majestoso cargo de presidente, secretário, conselheiro ou outro cargo qualquer de instituições filantrópicas.
Lembrar as palavras de Mário de Andrade nos fortalece: “as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”!.
Nosso tempo tornou-se escasso e por isso precioso para perdê-lo em debates de rótulos, queremos a essência.........nossa alma tem pressa.
Agora já sem muitas jaboticabas na bacia, valorizamos o tempo que nos resta e queremos viver e estar em lugares e junto a pessoas que nos faça bem ao convívio, que sabe rir de seus tropeços, não se encantam com triunfos, não se consideram eleitas antes da hora, não fogem de sua mortalidade carnal, não ficam falando ou se queixando de doenças e mazelas da vida; gente que defende a dignidade dos marginalizados, que ensina os mais novos o cuidado que temos que tem com o nosso planeta, e desejam tão somente estar em paz com seus semelhantes e com Deus, pois, sabem que a essência humana é o espírito.
O essencial faz a vida valer a pena.
Por fim, queremos ser feliz neste tempo que nos resta. Se é de 10, 15, 20 ou sei lá quantos dígitos mais, o que importa e sermos felizes agora, e isso depende de nós.
Sérgio Pereira/Kajaide
Orientador Material
Ano de Ógún/Marte
"Avante! Sempre em Frente!"
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