segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

MENSAGEM DE NATAL 2007.

MENSAGEM DE NATAL 2007.



Então é Natal.
E o que você fez?
Mais um ano que termina.
E um novo começa outra vez.
Já é Natal, de novo. E para nós, a festa tão aparentada no tempo como o final do ano, sempre tem um quê de despedida... e ao mesmo tempo de recomeço. Na nossa região quando começasse a ver as hortênsias a florir e sentir no ar o perfume das madressilvas e das damas da noite está na hora de iniciar a contagem regressiva até o Natal e daí falta um pulinho para um ano sair e dar lugar para mais um novo ano.Durante muitos séculos seguidos, os homens imaginavam o tempo como sendo cíclico. Vivendo ao sabor dos começos, vivências, términos e recomeço das estações. Eles experimentavam a vida como ondas do mar, sempre acontecendo, sempre da mesma forma, e sempre absurdamente diferente.Esta idéia de um tempo cíclico, os povos antigos expressavam nas formas circulares das rosáceas das catedrais, da roda da vida, dos 12 signos do Zodíaco, das mandalas. Não é nada por acaso que os relógios sejam, em geral, redondos. Mas o centro destes círculos sempre abriga o Imutável, aquilo que de certa forma escapa à passagem do tempo, DEUS, o Grande Arquiteto do Universo. Em todos estes círculos que a imaginação humana criou está a mesmíssima certeza de que: não dá para saber onde tudo começa nem onde vai acabar e que entre o início e o final das coisas não cabe nem um instante...A era cristã trouxe consigo a idéia de um tempo linear. E tão estranha era esta idéia que até hoje não nos acostumamos inteiramente com ela. O tempo, de círculo virou flecha pelo acúmulo de atividades que o humano desse milênio acumula e com isso não se dá conta do tempo passar, e assim ficamos órfãos, com a nossas angústias. E seguindo em frente contra tudo e contra todos, atravessamos os últimos séculos preservando a certeza de que o tempo não foge à regra da Natureza de nascimento, de morte e renovação. E continuamos a construir nossos círculos, internamente ou nem tanto assim... Afinal, na prática, o MENINO JESUS nasce de verdade e de coração todos os Natais. Isto de "vamos lembrar", "vamos rememorar" está certo, é claro, mas a alma da gente desconfia. No fundo, sabemos que todos os anos, de alguma forma, se têm a possibilidade de fazer nascer o PEQUENO JESUS em nós. Todos os anos têm alguma coisa que acaba no Natal e outra que começa. E não é só lembrança e nem história.É coisa de vida mesmo!Existem autores que ressaltam a semelhança entre as etapas da vida de CRISTO ( O UNGIDO) e a dos antigos deuses agrários, que morriam no inverno e ressuscitavam na primavera. E o caso do belo Adônis grego, por exemplo, passava metade do ano com Perséfone, no submundo, e renascia a cada primavera para encontrar Afrodite, a grande-mãe, deusa do amor e da vida. E a mitologia guarda vários outros deuses que morriam e ressuscitavam para simbolizar as forças vitais que emergiam das entranhas da terra, tais como: Dionísio, que é outro deus grego; Tammuz, da Suméria; Osíris, do Egito, e tantos outros que trazem belas histórias e que guardam alguns segredos, mesmo para nossos sentidos modernos...Este clima de fim e de recomeço exige de nós uma espécie de pausa para um balanço da vida. Os judeus fazem isto no seu Yom Kippur ou Dia do Perdão. É uma espécie de acerto de contas consigo mesmo, com os outros e com Deus.Então, o Natal para os cristãos é a melhor época para iniciar uma nova tradição e fazer sua contabilidade de alma. O Natal é próprio para isso, tipo assim: começaríamos acertando nossas dívidas e resistindo aos apelos de consumo para não fazer outras. Depois, passaríamos um bom tempo fazendo o exercício do perdão. Começaríamos por nós mesmos, nos perdoando por nossas pequenas e grandes faltas. Pelas nossas omissões e pela nossa desumanidade. Pela nosso orgulho, pela nossa vaideade, pela nossa hipocresia. Depois incluiríamos todos aqueles que de certa forma foram injustos conosco ou tenham, ainda que sem querer, nos prejudicado. Neste caso para alguns, a gente daria um pequeno telefonema, escreveria um bilhete, passaria um e-mail, faríamos as pazes, reataríamos velhas amizades. Outros seriam apenas perdoados em nosso coração, e isto já é mais do que o suficiente.E finalmente a gente escolheria se no Dia de Natal ou no dia de Ano Novo, faríamos nossa reconciliação simbólica com Deus.Na verdade fizemos o melhor possível, mas não o bastante. Fomos bons parceiros, mas nem tanto. Trabalhamos o nosso lado espiritual mas não o suficiente. O pensamento voa e a pergunta fica: “O que se há de fazer”? O que tenho que fazer?A resposta pula imediatamente na nossa mente: “juro que no ano que vem com certeza e, é claro, se Deus quiser, serei e farei coisas bem melhores”. Esta reflexão, este acerto certamente terá momentos duros, difíceis, não é coisinha assim banal. É como se fossemos iniciar uma dieta para emagrecer ou deixar de fumar... Os judeus chamam os dias que reservam a isto de Dias Tremendos. Mas acertos de contas são assim mesmo...é como iniciar um regime para emagrecer.Mas depois de ter feito esse exercício de contrição e de propósito firme assumindo em melhorar a si e tudo ao seu redor, e agora de alma lavada, fresquinhos em folha, perfumados e vestidos para a festa, poderíamos esperar o nascimento do MENINO JESUS, que vem trazendo sua Luz em mais um ano que finda e outro que se inicia...Encerramos um ano e iniciamos outro com o LUMEM DO AMOR.

SÉRGIO PEREIRA/KAJAIDE
ORIENTADOR ESPIRITUAL
DO CPPE CARIDADE.
ANO DE SÁNGÒ/JÚPITER

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